Dólar cai 1,9% e fecha abaixo de R$ 3,60
Moeda americana soma quatro semanas consecutivas de declínio e acumula baixa de 10,5% em março, com cenário político ditando o tom dos negócios; Bovespa recua
O dólar fechou abaixo de 3,60 reais nesta sexta-feira, em sua quarta semana consecutiva de recuo. A expectativa dos investidores de que o governo da presidente Dilma Rousseff estaria chegando ao fim tem puxado a baixa. Com a queda de 1,96%, a moeda americana encerrou o dia negociada por 3,58 reais, seu menor nível desde 27 de agosto.
O declínio ocorreu mesmo depois de o Banco Central reduzir sua presença no mercado de câmbio. “O mercado continua na toada de que o que é ruim para Dilma, é bom para o mercado”, disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
Com a baixa desta sexta, a moeda americana anulou os ganhos de segunda e terça-feira e fechou a semana com queda acumulada de 0,26%. No mês, até agora, a baixa é de 10,54%.
A comissão especial criada pela Câmara dos Deputados para analisar a abertura do processo de impeachment contra Dilma definiu na véspera os indicados para a relatoria e a presidência. Nova sessão da comissão foi marcada para a próxima segunda-feira para apresentação dos planos de trabalho.
O processo vem em meio a intensa agitação, tanto no alto escalão da política quanto nas ruas, incendiada após a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.
A queda do dólar ganhou ainda mais força nesta sessão após o ex-ministro Moreira Franco afirmar em rede social que a reunião do diretório nacional do PMDB marcada para dia 29 decidirá pelo rompimento com o governo. Além disso, operadores venderam dólares para evitar serem pegos de surpresa por eventuais notícias desfavoráveis ao governo no fim de semana.
Bovespa recua – Na Bovespa, o dia foi de devolução de parte dos ganhos obtidos na quinta-feira. O índice Ibovespa encerrou a sexta-feira com queda de 0,19%, aos 50.815 pontos. Os investidores venderam ações para embolsar parte dos ganhos um dia depois de o índice subir quase 7% e ter a maior alta diária desde 2009.
Leia mais:
‘Está na hora de a política ajudar a economia’, diz Barbosa
Mercado já vê impeachment como cenário mais provável
(Com Reuters)