Dólar alto não afetou produção industrial em julho, diz IBGE
Segundo técnico do órgão, os contratos industriais referentes a julho precedem a disparada da moeda norte-americana
A desvalorização cambial ainda não pode ser apontada como uma das razões para a forte queda na produção industrial verificada no mês de julho e divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o coordenador, André Luiz Macedo, a desvalorização e a volatilidade da taxa de câmbio é recente para ter efeito sobre os contratos da indústria.
“Desvalorização real dá ganho de competitividade para produção local nas exportações, mas, nos últimos meses em que aconteceu, não estão claros os efeitos. Os contratos são definidos com certa antecedência”, explicou o pesquisador. “Tem alguns insumos importados que vão ter impacto nos custos de alguns setores, mas é preciso esperar uma estabilidade da posição cambial para verificar os resultados na pesquisa”, disse Macedo.
Segundo o IBGE, a queda foi puxada principalmente pelo segmento de veículos automotores, que apresentou retração de 5,4% na comparação com junho, quando subiu 1,8%. Em segundo lugar entre os destaques de queda na produção aparece o setor farmacêutico, com retração de 10,7%, ante alta de 10% em junho. O setor de refino de petróleo e álcool foi o que apresentou maior alta entre os onze indicadores que registraram produção industrial maior – 3,3% ante queda de 4,1% em junho. Em seguida, o setor de bebidas teve alta de 2,3%.
(Com Estadão Conteúdo)