Por Danielle Fonseca
SÃO PAULO, 31 Mai (Reuters) – O dólar fechou em leve alta ante o real nesta quinta-feira, acompanhando principalmente o cenário externo. Em maio, a moeda norte-americana acumulou valorização significativa, de 5,79 por cento, mês que também voltou ao patamar de 2 reais, em função de uma piora do quadro internacional e de especulações.
Trata-se do terceiro mês seguido de alta do dólar frente ao real. Entre março e maio, a divisa teve alta de 17,30 por cento, levando o acumulado do ano a uma alta de 7,97 por cento. No curto prazo, economistas ainda vêem alguma pressão de alta em função do exterior.
Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana fechou com valorização de 0,10 por cento, cotada a 2,0175 reais na venda.
A escalada do dólar continuou em maio mesmo com uma ação mais contundente do Banco Central, por meio de leilões de swap cambial tradicional -que equivalem a venda de dólares no mercado futuro.
“O real não vai se descolar do ambiente externo. Se ele piorar, o real vai continuar se depreciando, e vice e versa. Claro que se a moeda subir acima de 2,05 reais ou se ocorrer uma ruptura, que leve a uma alta extrema, o BC deve voltar a atuar”, disse o estrategista para América Latina do banco BNP Paribas, Diego Donadio.
Para ele, a moeda norte-americana pode se manter entre 2 e 2,05 reais nas próximas semanas, sendo que acima desse teto, o mercado já acredita que aumentam as possibilidade de o BC atuar, evitando uma valorização excessiva como fez este mês.
Com os leilões de swap cambial, a autoridade monetária fez com a divisa voltasse ficar em torno de 2 reais depois de ter chegado a atingir um pico de 2,1070 reais durante a quarta-feira da semana passada. A autoridade monetária, no entanto, fez sua última atuação no dia 25 passado.
O diretor executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, por sua vez, citou ainda a possibilidade de o fluxo cambial continuar negativo, com uma maior saída de dólares do país, o que pressionaria a cotação.
“Ainda vejo uma pressão de alta (do dólar). Há um represamento grande da liquidez lá fora e compra intensa por títulos americanos. Investidores estão buscando segurança em detrimento da rentabilidade e o Brasil já não está sendo visto da mesma forma do que no começo do ano”, disse.
O BC informou esta semana que o fluxo cambial -entrada e saída de moeda estrangeira no país- ficou negativo em 1,252 bilhão de dólares na semana passada. No acumulado de maio, até o dia 25, o saldo também tinha déficit, de 2,763 bilhões de dólares.
Nesta quinta-feira, Nehme afirmou que houve alguma volatilidade em posições antagônicas no mercado em função do fechamento mensal da Ptax, além de no exterior as moedas também seguirem próximas da estabilidade, fazendo o dólar fechar em leve alta.
Às 17h46 (horário de Brasília), o euro tinha queda de 0,04 por cento ante o dólar que, ante uma cesta de divisas, tinha alta de 0,05 por cento.