Por Nalu Fernandes
São Paulo – Os mercados europeus operam no vermelho, em sua maioria, pressionados pelos
rebaixamentos de ratings de bancos espanhóis pela agência de classificação Standard and Poor´s e
pela constatação de recessão técnica na Espanha. Em face de deterioração do apetite por risco, o
dólar avança ante diversas divisas globais. No mercado doméstico, a véspera do feriado de Primeiro
de Maio é dia de formação da Ptax, a taxa de câmbio oficial do Banco Central. A expectativa de
liquidez mais fraca nesta segunda-feira espremida pelo final semana e o feriado fez com que os
agentes financeiros antecipassem parte sensível da rolagem de contratos futuros de câmbio na
semana passada, deixando ajustes residuais para hoje, segundo operadores.
O dólar ainda pode perder força em escala global, alertam estrategistas, pois investidores aguardam a
dados da economia dos Estados Unidos, que serão divulgados ao longo da semana, para reavaliar as
chances de uma eventual nova rodada de relaxamento quantitativo.
Entre os destaques de dados norte-americanos que os agentes financeiros aguardam estão o ISM de
manufatura, relativo ao mês de abril, que será divulgado amanhã, e os dados postos de trabalho
(payroll) de abril que saem na sexta-feira. Embora a maioria dos analistas não espere novo
relaxamento quantitativo no país, as especulações sobre o QE3 podem se intensificar se estes dados
vierem mais fracos do que as projeções.
Na sexta-feira, dia 27, o BC fez leilão de compra dólar à vista, com taxa de corte de R$ 1,8850. Hoje,
além da influência externa, a cotação do dólar deve ser afetada pela briga entre comprados e vendidos
na formação da Ptax, embora grande parte do movimento já tenha ocorrido na última semana. Hoje, a
pesquisa Focus, conduzida pelo Banco Central, mostra que as expectativas do mercado para o
câmbio ao fim de 2012 e fim de 2013 seguem em R$ 1,80. Para o câmbio médio em 2012, as
projeções coletadas indicaram elevação de R$ 1,79 para R$ 1,80, enquanto para o câmbio médio em
2013, permanecem em R$ 1,80.
Na zona do euro, a S&P rebaixou a nota de 16 bancos espanhóis, na sequência do rebaixamento da
dívida soberana do país na última semana. O PIB espanhol recuou 0,3% no primeiro trimestre, depois
de ter caído na mesma magnitude no quarto trimestre de 2011.