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Dívidas levam CSN a buscar bancos para se desfazer de ativos

Com desvalorização do preço dos minérios, dívida bruta da Companhia Siderúrgica Nacional chegou a 32 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano

Por Da Redação
13 jul 2015, 11h16

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamin Steinbruch, já está em conversas com bancos para negociar a venda de parte de seus ativos – um movimento necessário para reduzir o pesado endividamento do grupo. Com atuação em cinco áreas (siderurgia, mineração, cimento, logística e energia), a ideia é se desfazer de negócios considerados não estratégicos, mas não está descartada a entrada de sócios em divisões importantes, como mineração, por exemplo, e venda de ativos de siderurgia da companhia no exterior, afirmou uma fonte familiarizada com o assunto.

A dívida bruta da CSN atingiu 32 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano e a tendência é aumentar, uma vez que os preços dos minérios recuam drasticamente desde o ano passado – na semana passada registrou a maior baixa dos últimos 10 anos, 44,50 dólares por tonelada, provocando estragos também em grandes mineradoras e siderúrgicas globais. Além disso, a CSN é prejudicada pela baixa demanda por aço no mercado interno, sobretudo das indústrias automobilística e de linha branca.

A venda da participação da CSN na Usiminas é considerada líquida e certa, já que o grupo tem de cumprir uma determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de se desfazer de suas ações na siderúrgica. Há ainda outros negócios não estratégicos que devem compor a cesta, como energia – a empresa tem três usinas -, logística, como o Tecon Sepetiba (terminal de contêineres), e venda de parte da participação da ferrovia MRS, na qual a CSN detém 33,2% -, além de imóveis, avaliados em cerca de 1 bilhão de reais, e unidades de embalagens (Metalic e Prada).

As conversas com bancos já começaram, mas ainda não há mandatos fechados, disse a fonte. Dois bancos – um deles um dos maiores privados do Brasil e outro estrangeiro – já começaram a se movimentar em busca de saídas para apresentar a Steinbruch.

Vender não é um dos verbos preferidos do empresário, conhecido no mercado por ser um negociador nato, insistente e que compra brigas para defender seus negócios. �”Hoje eu diria que a situação da CSN é vender o anel para não perder os dedos. Se esperarem mais um pouco, vão ter de cortar um dedo para não perder a mão”�, disse um executivo de um grande banco estrangeiro, que está analisando estratégias para apresentar à companhia.

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O executivo do banco também afirmou que não está descartada a entrada de um sócio no segmento de mineração. Há empresas asiáticas interessadas em negociar parcerias. �O ideal seria reduzir a dívida do grupo em pelo menos um terço, seja por venda de ativos e/ou entrada de parceiros�, disse essa fonte. Outro executivo, de um dos maiores bancos de varejo do Brasil, afirmou que já há interessados em ativos da CSN. �Mas ainda não está definido o que será vendido�, disse. Procurada, a CSN não comenta o assunto.

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Noiva – No caso da participação da CSN na Usiminas, Benjamin Steinbruch está sendo cortejado e tem as cartas na mão. É que a fatia de 14,1% de Steinbruch interessa tanto à japonesa Nippon Steel, que tem uma participação de cerca de 30% na Usiminas, quanto ao grupo Ternium, subsidiária do grupo ítalo-argentino Techint, com 38%. Os dois principais acionistas do bloco controlador da Usiminas estão em um litígio desde setembro do ano passado e disputam cada naco de acionistas interessados em vender ações da siderúrgica. �Agora a CSN é a noiva bonita. Se um deles conseguir 50% mais uma ação e o acordo de acionistas for revisto (ele é válido até 2031 e prevê controle compartilhado), vira o controlador�, disse uma fonte de mercado.

Cálculos de uma fonte do setor mostram que só com a venda das ações da Usiminas, a CSN levantaria cerca de 1,5 bilhão de reais. As centrais de energia somariam 1 bilhão de reais, o Tecon mais 1 bilhão de reais e as fábricas de cimento, outros 500 milhões de reais, além dos imóveis (1 bilhão). Com esse pacote, já seriam 5 bilhões de reais. �

(Com Estadão Conteúdo)

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