A proporção da dívida da Grécia cairá para 117% do Produto Interno Bruto do país em 2020, melhor do que a meta proposta pela zona do euro, de 120,5%, afirmou nesta segunda-feira o chefe do Eurogrupo, Jean Claude Juncker.
“A dívida pública atingirá 117%” do PIB em 2020, após a ampla participação dos credores privados na operação de troca de bônus gregos, anunciou Juncker.
Ele também confirmou que foi “decidido o lançamento do segundo programa” de ajuda à Grécia, num montante de 130 bilhões de euros para 2012-2013, uma “quantia sem precedentes para garantir o futuro do país na zona euro”, insistiu Juncker.
Agora, “não há nenhuma dúvida sobre este futuro”, disse.
O presidente do Eurogrupo não descartou a possibilidade de um terceiro plano de ajuda à Grécia, mas qualificou de “estúpidos” os apelos para que o país deixe a zona do euro.
“Tudo depende de como o segundo plano (de ajuda) for aplicado”, disse Juncker em entrevista para a TV grega Skai, difundida quando os ministros das Finanças do Eurogrupo estavam reunidos em Bruxelas.
“Se a Grécia continuar tomando medidas efetivas, aplicar o programa e reduzir seus déficits orçamentários, não vejo a necessidade de um terceiro plano de proporção equivalente”, acrescentou, segundo a emissora de TV grega.
Já o comissário europeu de assuntos econômicos, Olli Rehn, saudou o que chamou de “um novo começo para a Grécia” com o segundo pacote de ajuda.
A Grécia concluiu nesta segunda-feira a operação de troca de títulos de direito grego, como parte de uma histórica reestruturação que lhe permitirá apagar cerca de um terço de sua dívida pública, embora o valor dos novos títulos despencasse no mercado.
O valor dos títulos oscilava entre 24,9 e 28,7 em comparação com um preço teórico inicial de 100.
Concretamente, um investidor de posse de um título deve receber 100 se mantiver o título até o vencimento. Mas se quiser vendê-lo antes, terá que aceitar um perdão de 71% a 75%, segundo a duração do título.
A agência gestora da dívida grega assegurou, na tarde desta segunda-feira, que havia completado a troca de 177,3 bilhões de euros da dívida nas mãos de seus credores privados.
Graças ao acordo histórico alcançado na sexta-feira, um alto percentual de credores privados da Grécia, que representam 85,8% da dívida sob a legislação grega, aceitaram participar deste perdão sem precedentes, que pressupõe a perda de 53,5% de seu investimento.
No entanto, para os credores que se negaram a participar, a Grécia decidiu ativar, na noite de sexta-feira, as cláusulas de ação coletiva (CAC) que os obriga a aceitar esta perda que chega, afinal, a 74% do valor inicial investido.