Um acordo sobre a participação do setor privado para reduzir em 100 bilhões de euros a dívida da Grécia está “ao alcance das mãos”, apesar de as negociações estarem “muito difíceis”, disse nesta sexta-feira, Amadeu Altafaj-Tardio, porta-voz do comissário europeu, Olli Rehn, responsável por questões econômicas e monetárias.
“A dificuldade das negociações se deve ao fato de que esse tipo de operação nunca foi feito antes”, disse. “Contudo, há uma clara vontade das partes em se chegar a um acordo sobre a participação do setor privado sobre uma base voluntária”, completou.
O acordo se concentra em um perdão de 50% do valor nominal das obrigações em mãos dos credores privados – bancos, asseguradoras e fundos de investimento – para reduzir a dívida soberana grega a 120% do PIB, contra mais de 160% atualmente.
Uma vez fechado este acordo com os credores privados, a Grécia estaria em condições de negociar com seus credores públicos (UE, Banco Central Europeo e FMI) as condições de um novo empréstimo internacional de 130 bilhões de euros.
O ministro grego de Finanças, Evangelos Venizelos, havia afirmado, segundo a televisão pública Net, que as negociações do país com a Troika seriam concluídas antes da noite de domingo, para que o país chegasse com uma posição definida na reunião do Eurogrupo (com ministros de Finanças da zona do euro), que será celebrada na segunda-feira.
Contudo, uma fonte próxima ao Eurogrupo disse nesta sexta-feira à AFP que esta reunião pode não acontecer, sem dar maiores detalhes.
Antes de entregar mais fundos à Grécia, a Troika exige que os partidos representados pelo governo grego de coalizão se comprometam a adotar mais medidas de ajuste estrutural.
Atenas, por sua vez, tem urgência em resolver esse assunto, pois precisa devolver 14,500 bilhões em empréstimos no dia 20 de março, ou entrará em default.