Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Disputa entre países da zona do euro deixa vaga aberta no BCE

Fontes do Banco Central Europeu afirmam que a instituição ficará com um membro a menos por pelo menos um mês

Por Da Redação
24 Maio 2012, 13h25

Disputas de poder entre Alemanha, França e Espanha deverão deixar um lugar vago no conselho do Banco Central Europeu (BCE) no próximo dia 31, quando seu mandato acaba. Isso vem em meio a uma crise potencialmente devastadora para o euro, moeda que o banco foi criado para supervisionar.

O espanhol José Manuel Gonzalez-Paramo deve sair do conselho do BCE, deixando vago um dos seis cargos para conselheiro. Ele já diminuía seu ritmo de trabalho nos últimos meses. Atualmente Gonzalez-Paramo administra o dia a dia do banco e agenda as reuniões de Política Monetária. A expectativa é que ele seja substituído pelo presidente do banco central de Luxemburgo, Yves Mersch, que agora lidera claramente a disputa com o advogado do BCE, o espanhol Antonio Sainz de Vicuña, e com Mitja Gaspari, da Eslovênia.

Leia mais:

Alemanha bate de frente com França sobre eurobônus

Continua após a publicidade

A transição de membros do BCE normalmente é feita sem grandes problemas. No entanto, o processo estagnou, uma vez que Alemanha, França e Espanha brigam sobre quem administrará o fundo de resgate Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês). O Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças dos países que compõem a zona do euro, também está na disputa.

Com a disputa política ainda em pleno vapor e os cargos sem definição nas próximas semanas, três fontes do BCE afirmam à Reuters que a instituição já admite que terá de ficar com um membro a menos por pelo menos um mês. “Eu não consigo ver (um novo membro do conselho já no cargo) antes de 1º de julho”, disse uma fonte.

Apesar de o BCE acreditar que pode trabalhar com cinco membros, a demora em completar o seu conselho não poderia ter vindo em momento mais crítico. Nesta quinta-feira, saiu a informação de que os países membros da zona do euro foram orientados pela Equipe de Trabalho do Eurogrupo à preparar seus planos de contingência individualmente caso a Grécia deixe o euro.

Continua após a publicidade

Disputa de poder – A eleição presidencial da França foi a causa original da demora no preenchimento da cadeira vaga: Paris não estava disposta a tomar uma decisão sobre os cargos até que o seu novo líder fosse escolhido. A França também tinha a esperança de conseguir preencher uma das outras vagas importantes em jogo: o trabalho de presidente do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD, em inglês), que foi para o britânico Suma Chakrabarti na semana passada, ou o comando do ESM, que tem na espanhola Belen Romana Garcia o atual favoritismo para ocupar o cargo.

Com o alemão Wolfgang Schaeuble também querendo chefiar as reuniões do influente Eurogrupo, que toma boa parte das decisões mais abrangentes do bloco, a França pode ficar de mãos vazias. Embora Paris ainda tenha um membro no conselho do BCE, o papel da França no cenário internacional tem diminuído desde a saída de Jean-Claude Trichet do cargo de presidente da instituição monetária, e depois da renúncia de Dominique Strauss-Kahn do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A substituição de Gonzalez-Paramo tem um significado adicional, porque não haverá outra vaga no conselho do BCE disponível até 31 de maio de 2018. Até agora, Alemanha, França, Itália e Espanha – as quatro maiores economias da zona do euro – sempre ocuparam um assento no conselho do BCE. Se Mersch, um dos políticos mais experientes e focados em inflação do BCE, ganhar a disputa atual como o esperado, será a primeira vez que essa tradição foi quebrada.

Continua após a publicidade

(Com agência Reuters)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.