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Disparada do petróleo pode elevar gasolina em 25% até o fim do ano

Os preços da referência global do petróleo, do tipo Brent, saltaram mais de 3%, ficando acima dos 80 dólares por barril. É o maior valor em quatro anos

Por Fabiana Futema Atualizado em 24 set 2018, 17h55 - Publicado em 24 set 2018, 16h58

Devido à política de preços empregada pela Petrobras – de repasses automáticos das oscilações da cotação do petróleo –, consumidores brasileiros podem sofrer com uma alta adicional de 25% no valor da gasolina ainda este ano. Segundo especialistas na commodity, o barril pode chegar a 100 dólares até o fim de 2018. Mantidos os repasses automáticos, isso poderia elevar o preço médio da gasolina para algo próximo de 5,80 reais o litro.

Os preços têm subido no mercado internacional devido à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de não aumentar a produção de seus associados. Os valores de referência global do petróleo, do tipo Brent, saltaram mais de 3% nesta segunda-feira, ficando acima de 80 dólares por barril. É o maior valor dos últimos quatro anos.

“Barril a 100 dólares é uma expectativa que há anos o mundo persegue”, afirma Rafael Weber, gerente de portfólio da corretora Austro. “O que pode impedir a Opep de alcançar esse patamar são outras fontes de energia substitutas o petróleo, mas que são mais caras. No momento, há uma busca por esse equilíbrio”, diz Weber.

Outro fator que está pressionando a commodity é o crescimento global, impulsionado por Estados Unidos e China. Isso tem reduzido os estoques e atingido a demanda. Sem o aumento da produção, a margem de operação, principalmente dos Estados Unidos, fica menor. Ou seja, demanda maior, preços mais altos.

Por que isso acontece?

Desde julho de 2017, após uma decisão do então presidente da Petrobras, Pedro Parente, a estatal começou a fazer reajustes diários nos preços dos combustíveis. Com a depreciação do real frente ao dólar e a recuperação do petróleo no mercado internacional, a gasolina e o diesel encareceram. A principal reação a isso foi a greve dos caminhoneiros, no fim de maio deste ano.

O governo, para abafar a greve, mudou a política para o diesel, criou a tabela de frete e adicionou gatilhos que podem fazer ajustes na tabela toda vez que o principal combustível dos caminhões subir mais do que 10%. Mas, para a gasolina, pouca coisa mudou. A Petrobras continuou a repassar as variações da commodity para as refinarias.

“Desde Getúlio, o Brasil faz um esforço colossal para ser autossuficiente em petróleo. E por que foi feita essa política de Estado? Justamente porque você pode amenizar os efeitos da oscilação dos preços do petróleo no mercado internacional”, afirma o consultor Jean-Paul Prates, do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne). “Não sou a favor do controle de preços, como era feito no passado. Essas oscilações são contornáveis pelo país”, conclui.

E o etanol?

Uma das formas de controlar o preço da gasolina é adicionar etanol em sua composição. Atualmente, a gasolina tipo C, que é a vendida nos postos regulares, já leva 27% de álcool.

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“O aumento da taxa de etanol na gasolina atende a dois interesses: um é em razão da disponibilidade do álcool. O segundo é para segurar o preço da gasolina. Mas há uma limitação técnica”, afirma André Crisafulli, presidente da consultoria Andrade & Canellas.

A última vez que ampliou-se o porcentual de etanol na gasolina foi em junho de 2015, quando Dilma Rousseff ainda era presidente. À época, o governo aumentou de 25% para 27% o limite de etanol na mistura.

Segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 24, pela Agência Nacional do Petróleo, o preço médio do etanol representa cerca de 61% do valor da gasolina nos postos de combustíveis.

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