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Disney, HSBC, Uber e Latam entre as maiores demissões da era da pandemia

Movimento global de desligamentos mostra o grau do desafio para a retomada da economia; no Brasil, é preciso vencer o burocrático sistema trabalhista

Por Larissa Quintino Atualizado em 1 out 2020, 12h07 - Publicado em 1 out 2020, 11h51

A pandemia do novo coronavírus trouxe uma nova realidade em todo mundo: foco na saúde, medidas de distanciamento social e esforços para encontrar uma vacina. Todo a louvável luta para evitar a perda de vidas para o vírus também trouxe outras consequências para a sociedade no mundo todo. Uma das sequelas deixadas pela pandemia é a perda de empregos. Na última quarta-feira, 30, o IBGE mostrou que a taxa de desemprego no Brasil bateu recorde, com 13,8% da população procurando ocupação. A situação não é um ônus exclusivamente brasileiro. Em todo o mundo, há fechamento de postos de trabalhos e procura por novos empregos. Em grandes empresas globais — como aconteceu com a Disney, que anunciou o desligamento de 28.000 funcionários nesta semana –, os números de demissões impressionam, e mostram que os desafios da crise são para todos.

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O setor mais afetado pela pandemia foi o de serviços. Além da Disney, a MGM Resorts, que tem hotéis espalhados pelos Estados Unidos e pela China, desligou 18 mil funcionários que estavam afastados do trabalho pela pandemia. O mesmo ocorre com companhias aéreas; a alemã Lufthansa declarou que irá demitir 22.000 funcionários, a American Airlines, outros 19.000. A onda também chegou no Brasil: a unidade brasileira da Latam, que está em dificuldades financeiras, desligou 2.700 tripulantes. A queda na demanda desses serviços também afeta a indústria ligada aos setores. Por aqui, a Embraer vai demitir 2.500 funcionários. Empresa e funcionários não entraram em acordo sobre os planos de desligamento e a questão foi parar no Tribunal Regional do Trabalho, o TRT.

 

Outros setores também estão redimensionando a mão de obra: O HSBC, maior banco da Europa, irá desligar 35 mil funcionários em todo mundo nos próximos três anos. Já a Petrobras iniciou um plano de demissão voluntária para 11.000 mil pessoas. VEJA reuniu os mais relevantes desligamentos anunciados por empresas globais durante a pandemia:

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Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), estima-se que houve 17,5% de redução das horas trabalhadas em todo mundo, o que corresponde a 495 milhões de empregos em tempo integral a menos. Com isso, a renda proveniente do trabalho encolheu 10,7%, o equivalente a 3,5 trilhões de dólares. A situação só não é mais drástica porque os governos mundo afora fizeram pacotes de socorro a empresas e trabalhadores. No Brasil, o auxílio emergencial é um exemplo bem sucedido de forma de segurar a renda da população e, no caso dos empregos, o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda (BEm) evitou demissões no mercado formal. Há 11 milhões de trabalhadores no Brasil que foram beneficiados pela iniciativa.

Mesmo com a estratégia bem-sucedida de evitar grandes demissões por aqui, o mercado de trabalho brasileiro ainda carece de flexibilidade para a retomada e esse é o ponto que preocupa especialistas e o governo para a volta da atividade por aqui. No caso dos EUA, se por um lado as demissões ocorreram em massa, a recuperação é mais rápida e reflete quase que em tempo real o momento da economia do país. Se, em abril — momento mais agudo da crise do novo coronavírus  –, a taxa de desemprego ficou em 14,9%, em agosto, ela já estava em 8,4%. A expectativa é que a tendência prossiga. O número de pedidos de seguro-desemprego, divulgados nesta quinta-feira, 1º, trazem queda nas solicitações pela quinta semana seguida. Os dados oficiais desemprego de setembro serão divulgados na sexta-feira. Por aqui, a reação do mercado é diferente: em abril, a taxa de desemprego estava em 12,6%. Em julho, último dado disponível, chegou em 13,8%.

Os dados mostram, implicitamente, a diferença fundamental entre os sistemas de trabalho: nos EUA, assim como em outras partes do mundo, há menos burocracia tanto para as demissões quanto para as contratações, e os postos perdidos podem ser retomados de forma mais rápida. No caso americano, prevalece a autorregulação do mercado, de acordo com as regras da oferta e demanda da mão de obra. A remuneração por hora trabalhada também prevalece, o que torna os regimes de contratação mais flexíveis. Por aqui, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com altas cargas tributárias, rege as relações de trabalho formal. Nos Estados Unidos, contrato de trabalho é mais simples, e pode ser revisto a qualquer momento por ambas as partes muitas vezes, claro, com multas estabelecidas de comum acordo.

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