Miami, 16 fev (EFE).- Dois dos três diretores do jornal equatoriano ‘El Universo’ condenados por injúrias ao presidente desse país estão nos Estados Unidos, um com a intenção de ficar porque tem dupla nacionalidade e o outro com o objetivo de viajar para a Europa nas próximas horas.
‘Eu não tenho necessidade de pedir asilo aqui, porque tenho dupla nacionalidade. Sou equatoriano e americano’, detalhou nesta quinta-feira à Agência Efe Nicolás Pérez, condenado junto com seus irmãos a três anos de prisão e a pagar US$ 40 milhões por injúrias ao presidente Rafael Correa.
‘Ficarei em Miami, para estar perto de Washington, que é onde estou defendendo nosso caso’, continuou Nicolás.
Quanto a seu irmão César, o equatoriano detalhou que seus planos são ‘voar nas próximas 48 horas para Madri’ e ali realizar as gestões necessárias em ‘Genebra, Bruxelas e Paris’.
Carlos Pérez, irmão de ambos, está asilado na embaixada panamenha em Quito, onde apresentou uma solicitação de asilo diplomático que foi aceita, segundo o Ministério de Relações Exteriores do Panamá.
‘O Governo da República do Panamá depois de considerar os argumentos apresentados pelo senhor Pérez, acolheu favoravelmente sua solicitação para ser amparado no regime de asilo diplomático’, detalha o comunicado oficial.
O Executivo do presidente panamenho, Ricardo Martinelli, argumentou que baseou sua decisão ‘nas informações disponíveis sobre sua situação de razoável temor por sua segurança pessoal’, e também ‘em conformidade com o que estabelece o Direito Internacional e as normas da República’.
A máxima corte do Equador ratificou ontem a condenação de Pérez, seus irmãos Nicolás e César, também diretores do jornal, e ao ex-colunista Emilio Palacio, condenados por injúrias a Correa.
Após conhecer esta decisão, Nicolás e César Pérez ofereceram na quarta-feira uma entrevista coletiva em Miami na qual disseram temer por sua integridade física e detalharam que tinham pedido medidas cautelares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
‘Claro que tememos por nossa integridade física, são cinco anos de um discurso violento do presidente contra os meios de comunicação em geral, com uma fixação especial contra ‘El Universo”, disse César Pérez na sede da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
O caso começou quando Palacio escreveu em uma coluna publicada pelo El Universo que Correa poderia ser acusado de ‘cometer crimes contra a humanidade’ por ter ordenado que a polícia abrisse fogo contra um hospital cheio de civis durante uma revolta em 30 de setembro de 2010. EFE