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Dilma vai ao México em 2013 para buscar reaproximação

Segundo um funcionário do governo, Peña Nieto causou "muito boa impressão" em Brasília

Por Da Redação
18 dez 2012, 17h26

A presidente Dilma Rousseff deve visitar o México em março de 2013, segundo uma fonte do governo, aproveitando a boa sintonia com o recém-empossado colega Enrique Peña Nieto para relançar a desgastada relação entre as duas maiores economias latino-americanas. O catalisador para isso seria a Petrobras, citada por Peña Nieto como modelo para a modernização da estatal petrolífera mexicana Pemex.

Executivos da Pemex devem vir ao Brasil para conhecer a Petrobras, disse à Reuters um funcionário de alto escalão brasileiro, no que seria o primeiro passo de uma colaboração discutida em setembro durante uma visita de Peña Nieto a Brasília, antes de assumir o cargo. “Peña Nieto causou muito boa impressão em Brasília”, disse a fonte próxima a Dilma, pedindo anonimato. “A presidente irá ao México no começo de 2013, provavelmente em março”, acrescentou.

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As relações Brasil-México esfriaram no começo de 2012, quando o Brasil impôs cotas às importações de veículos mexicanos para tentar conter seu déficit no comércio bilateral. A reaproximação se torna vantajosa para o Brasil num momento em que o país tenta acelerar seu crescimento econômico, que deve ficar em torno de apenas 1% em 2012, e vê uma crise na sua relação comercial com a Argentina, principal mercado para a indústria brasileira.

Por isso, o Brasil está baixando o tom do seu protecionismo com o México. Reservadamente, funcionários do governo Dilma admitem estar dispostos a discutir uma ampliação das cotas de veículos. O site de VEJA antecipou, em agosto, que a presidente Dilma estava arrependida de ter rompido o acordo do setor automotivo com o México, no início deste ano.

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O governo brasileiro está sendo pressionado pelas montadoras de veículos, que em apenas sete meses esgotaram suas cotas para o primeiro ano, e continuam importando com uma sobrecarga fiscal de 35%.

O Ministério de Comércio Exterior disse que ainda não recebeu instruções precisas sobre a agenda da visita de Dilma ao México. Mas fontes da área econômica anteciparam que precisarão de apenas cerca de 20 dias para preparar um programa de negociações.

Cautela sensata – A suspensão do acordo de livre comércio de veículos, neste ano, aumentou a desconfiança do empresariado mexicano contra o Brasil, visto como um país fechado demais. “Acho sensato ter um certo nível de ceticismo”, disse o consultor Luis de la Calle, ex-negociador mexicano do Tratado de Livre Comércio da América do Norte, envolvendo também EUA e Canadá. “A empatia (entre os presidentes) é importante, porque sem ela é muito difícil avançar. Mas no fim das contas tudo se resume a interesses, e o que convém tanto para o Brasil quanto para o México é uma relação comercial muito mais aberta.”

As empresas mexicanas têm sido até agora mais agressivas. Milhões de brasileiros falam em celulares Claro e veem TV da operadora NET, do magnata Carlos Slim; comem pão Bimbo no café da manhã e bebem refrigerantes engarrafados pela Femsa – todas empresas mexicanas.

Já os investimentos brasileiros têm sido mais tímidos, mas devem dar um salto a partir de 2015, quando a Braskem começar a construir um complexo petroquímico de cerca de 3,2 bilhões de dólares no Estado de Veracruz.

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E, embora o comércio bilateral deva continuar crescendo por inércia, analistas dizem que um salto quantitativo exigiria algum tipo de acordo. Diante da complexidade de uma negociação, a cooperação entre Petrobras e Pemex aparece como um primeiro passo acessível.

Um porta-voz da Petrobras no Rio não quis comentar os planos de colaboração. Mas Peña Nieto disse na semana passada à Reuters que buscaria associações estratégicas com a iniciativa privada, a exemplo do que faz a Petrobras, uma empresa de capital misto.

A ponte já está estendida: o novo diretor-geral da Pemex, Emilio Lozoya, foi um dos assessores que acompanharam Peña Nieto durante a sua reunião com Dilma em setembro.

Leia também: Com Brics em baixa, Mist surge como novo oásis econômico

(Com Reuters)

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