Dilma reclama de política expansionista a Obama
Presidente brasileira volta a reclamar de ações promovidas pelos países ricos que intensificam a valorização do real ante o dólar
A presidente da República, Dilma Rousseff, disse nesta segunda-feira que expressou ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sua preocupação com o impacto da política monetária expansionista dos países ricos sobre as nações em desenvolvimento.
A presidente, em declarações a jornalistas após encontro no Salão Oval da Casa Branca, disse que discutiu com Obama sobre a “preocupação do Brasil com políticas monetárias expansionistas”.
Dilma já havia criticado anteriormente os Estados Unidos, e também os países europeus, por um “tsunami monetário” que reforçou a tendência de valorização do real – e diminuiu a competitividade das exportações do país.
No mês passado, em Hannover, a presidente chegou a trocar farpas com a chanceler da Alemanha. Angela Merkel, sobre o assunto. Merkel afirmou que as economias da zona do euro buscavam tão somente evitar o esfacelamento da união monetária e apontou que o Brasil precisava rever sua política industrial protecionista.
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O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, logo após a coletiva da presidente brasileira, recusou-se a comentar a resposta de Obama às preocupações de Dilma.
Apesar das críticas, Dilma reconheceu a atuação de Bancos Centrais diante da crise, evitando problemas de liquidez de altas proporções capaz de atingir todos os países. A presidente considerou a atuação dos EUA como “muito importante”.
“Os países dos Brics respondem hoje por uma parte muito expressiva do crescimento econômico. Mas é importante perceber que a retomada do crescimento num horizonte de médio prazo passa também pela retomada expressiva do crescimento americano”, disse Dilma, ao referir-se ao grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A presidente afirmou que “políticas protecionistas”, particularmente as relacionadas ao câmbio, serão um dos temas principais de discussão na Cúpula das Américas, que terá início na sexta-feira em Cartagena, na Colômbia
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(com Reuters)