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Dilma prepara adiamento de projeto do trem-bala

Empresas desistem de participar do leilão devido ao baixo retorno do investimento e obrigam Palácio do Planalto a repensar projeto

Por Da Redação
7 ago 2013, 14h40

Pressionada por gastos públicos e com apenas uma empresa interessada no leilão, a presidente Dilma Rousseff prepara o adiamento do bilionário projeto do trem-bala, ligando Campinas, São Paulo e Rio. Em reunião realizada na noite de terça-feira, no Palácio do Planalto, Dilma disse que, se o governo não conseguir mobilizar mais empresas, o leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV), previsto para setembro, não será realizado. O adiamento já havia sido ventilado nas últimas semanas, mas foi negado pelo presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.

Diante de um cenário de dificuldades políticas e econômicas, Dilma avalia agora que é melhor investir em mobilidade urbana nas grandes capitais, um dos motivos dos protestos de junho, a aplicar o escasso dinheiro do Orçamento no trem-bala. Com a decisão, a presidente também se descola do cartel sob investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As empresas investigadas por formação de cartel em licitações do metrô e de trens nos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra (PSDB), em São Paulo, eram as mesmas que demonstraram interesse em fornecer tecnologia e material rodante para o trem-bala.

A reportagem apurou que apenas a espanhola CAF, agora, está interessada no leilão. As outras empresas desistiram. A Siemens, delatora do esquema de cartel, pediu adiamento do leilão para ter mais tempo de organizar um consórcio. A avaliação majoritária no governo é que não há clima para iniciar agora um empreendimento considerado “faraônico” pelos críticos, com investimentos de 34,7 bilhões de reais, quando a população exige melhorias no transporte urbano.

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Na reunião desta terça-feira, Dilma disse que a prioridade, hoje, é investir em corredores de ônibus e terminais de integração. No mês passado, ao lado do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ela anunciou um pacote de 8 bilhões de reais para mobilidade urbana. O ministro dos Transportes, César Borges, e o presidente da Empresa de Planejamento e Logística, Bernardo Figueiredo, participaram da reunião com Dilma, que também contou com a presença de Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).

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Risco – A presidente poderá deixar o projeto do trem-bala para o segundo mandato, caso seja reeleita, em 2014. Incertezas econômicas também pesam na decisão. A queixa generalizada no mercado é que o TAV é um projeto arriscado e de baixa rentabilidade. Outro fator de desânimo é a ausência de um sócio brasileiro de peso. Para piorar, o governo fixou uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 7% para o empreendimento. As rodovias que vão a leilão no mês que vem têm rentabilidade de 7,22%. Em conversas reservadas, ministros afirmam que há muita divergência no governo sobre o tema.

O risco de pôr um projeto emblemático de Dilma sob o comando de um cartel preocupa o Planalto, mas o nicho de fornecedores de tecnologia de trens de alta velocidade é muito restrito. Por isso, a “coincidência” entre interessados no projeto e os integrantes do conluio que teria agido em governos tucanos já era de se esperar. De qualquer forma, o cartel investigado pelo Cade não é tido como um empecilho ao leilão do ponto de vista técnico.

(com Estadão Conteúdo)

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