Dilma discute com usineiros pacote para desonerar etanol
Combate a inflação e aumento da produção são os objetivos centrais da desoneração do setor, especialmente depois dos reajustes da gasolina e diesel
Depois da cesta básica e de dezenas de setores, o governo de Dilma Rousseff avança nas negociações para desonerar produtos do setor de etanol, visando, como nos casos anteriores, conter a inflação. A própria presidente se reunirá no fim da tarde desta segunda-feira com representantes do setor, de acordo com agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto. O mercado já especulava que haveria alguns incentivos para a indústria de etanol, especialmente depois de o reajuste da gasolina e do diesel ter contribuído para o aumento da inflação.
No encontro, Dilma deve apresentar a produtores de etanol o plano do governo para desonerar o setor e estimular o aumento da produção, disse uma fonte do governo a par do assunto. Segundo a pessoa que não quis se identificar, as alíquotas de PIS/Cofins devem ser praticamente zeradas, tanto nas usinas como nas distribuidoras. “Algum porcentual pode ser mantido, mas para permitir o abatimento de créditos tributários. O efeito final vai ser zero”, disse a fonte.
Em março, uma fonte oficial já havia adiantado à Reuters que o pacote de desonerações do etanol sairia em abril. Segundo a agenda da presidente, a reunião com os produtores está marcada para as 17h40 desta segunda-feira. Antes disso, às 17h, Dilma terá encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Após ter desonerado os produtos da cesta básica para ajuda a frear a inflação, que estourou o centro da meta em março, a presidente também desaonerou mais de 50 setores, incluindo o aguardado benefício para o smartphone. O índice prévio da inflação em abril ficou em 6,51%, estourando a meta do governo (6,5%) novamente. Em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 12 meses chegou a 6,59%.
(com agência Reuters)