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Dilma assina na China acordos milionários em tecnologia

Presidente quer criar um novo modelo de cooperação com seu principal parceiro comercial baseado em produtos de maior valor agregado

Por Da Redação
12 abr 2011, 14h08

Brasil e China assinaram nesta terça-feira diversos acordos milionários de cooperação tecnológica durante a visita da presidente Dilma Rousseff ao país. Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, foram cerca de 20 nos setores de alta tecnologia, energia, aviação, agricultura, entre outros. A Xinhua não especificou, no entanto, o valor exato dos acordos. Entre os documentos assinados está um memorando de entendimento sobre o estabelecimento de um centro de pesquisa e inovação sino-brasileiro de nanotecnologia. Os dois países planejam também estreitar laços em tecnologia de bambu, recursos hídricos, esportes, agricultura e educação.

Nos termos da cooperação entre as organizações e as empresas dos dois países, a China e o Brasil anunciaram 13 acordos relevantes nos campos de comunicações, educação e aviação, entre outros. Falando de forma positiva sobre as conquistas que o Brasil e a China fizeram na cooperação comercial e econômica, o comunicado conjunto destaca que os dois países estão satisfeitos com o rápido crescimento do comércio e dos investimentos bilaterais.

Aviação – Entre os compromissos assinados destacam-se a venda de 35 aviões E190 da Embraer para empresas chinesas, assim como um acordo para produção do modelo Legacy 600 no país com a Corporação da Indústria de Aviação Chinesa (AVIC). Os valores da compra não foram revelados oficialmente, mas fontes da delegação brasileira afirmaram que o preço médio das aeronaves é de 40 milhões de dólares, o que resultaria numa negociação de 1,4 bilhão de dólares.

Telecomunicações – A empresa de equipamentos de telecomunicações chinesa Huawei anunciou a decisão de construir um centro de pesquisas no estado de São Paulo, com investimentos de entre 300 e 400 milhões de dólares, conforme declaraçaõ da presidente à imprensa no hotel em que está hospedada, e após um dia repleto de reuniões.

Informática – Já a montadora de produtos eletroeletrônicos Foxconn investirá nos próximos seis anos 12 bilhões de dólares numa nova unidade fabril brasileira, que ficará responsável pela produção do tablets da Apple, os iPads.

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Ciência e inovação – Somente em tecnologia, ciência e inovação, o investimento chinês no Brasil como resultado dos acordos assinados em Pequim vai superar um bilhão de dólares, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

Outros acordos foram assinados nas áreas de petróleo, defesa, nanotecnologia, recursos hídricos, normas fitossanitárias, tecnologia agrícola e agricultura tropical, além de intercâmbios universitários e de tecnologia do bambu. Além disso, o governo chinês abriu seu mercado doméstico à carne de porco brasileira.

Nova etapa – Desde que desembarcou em Pequim para sua primeira visita ao gigante asiático, Dilma Rousseff tem ressaltado que deseja inaugurar uma nova etapa nas relações bilaterais e dar um salto qualitativo no modelo existente – o qual já permitiu elevar o comércio entre os dois países de 2,3 bilhões de dólares em 2000 a 56,4 bilhões de dólares no ano passado.

Nos últimos dois anos, a China tornou-se o principal destino das exportações brasileiras e o maior investidor no país – postos que haviam sido ocupados nos últimos anos por, respectivamente, Estados Unidos e Espanha. Os investimentos chineses estão centrados nas áreas de petróleo, tecnologia agrícola e produção de soja.

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“Precisamos ir além da complementaridade de nossas economias para favorecer uma relação dinâmica, diversificada e equilibrada”, disse a presidente Dilma Rousseff no encerramento do fórum que reuniu os 240 empresários que a acompanham na viagem e dezenas de executivos chineses. “A transformação da agenda (exportadora) com produtos de maior valor agregado é o desafio para os próximos anos e um dos pilares para a sustentabilidade da expansão do comércio bilateral”, completou.

Até agora, as exportações do Brasil para a China consistem essencialmente em commodities, em particular soja, minério de ferro, petróleo e celulose.

Os dois países que – ao lado da Rússia, Índia e agora África do Sul – integram o bloco dos BRICS e cujos presidentes vão se reunir na quinta-feira na ilha de Hainan (sudeste da China) compartilham interesses e visões para construção de uma nova ordem internacional em fóruns como as Nações Unidas (ONU), o G20 (o grupo das 19 nações mais desenvolvidas do mundo mais a Europa) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), bem como nas conferências sobre o clima.

Na declaração conjunta divulgada ao final do encontro, os dois países manifestaram apoio à reforma ampla da ONU, incluindo o aumento da representação dos países em desenvolvimento em seu Conselho de Segurança como prioridade. Uma vaga permanente no Conselho de Segurança é uma antiga aspiração do Brasil.

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(com AFP e Agência Estado)

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