Por Nalu Fernandes
São Paulo – O mercado futuro de juros inicia a semana de divulgação da ata do Copom com acúmulo marginal de prêmios. Aberturas mais significativas ocorrem nos vértices longos, em reflexo à elevação das projeções para a inflação apuradas na pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (185.730 contratos) estava perto da máxima em 8,68%, ante 8,65% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014 (179.885 contratos) marcava 9,27%, de 9,23% na sexta-feira. O DI janeiro de 2017, com giro de 36.405 contratos, apontava 10,54%, de 10,48% no ajuste, e o DI janeiro de 2021 (7.495 contratos) indicava de 11,09%, de 11,03%.
O primeiro levantamento da pesquisa Focus após o corte agressivo da Selic, de 0,75 ponto porcentual, para 9,75% ao ano, indica que a mediana das previsões para o IPCA em 2012 subiu de 5,24% para 5,27%. Para 2013, a expectativa avançou pela quarta semana seguida de 5,20% para 5,50%. Há um mês, analistas esperavam inflação de 5,29% em 2012 e de 5% em 2013. Para a taxa Selic, a mediana das estimativas para o fim de 2012 caiu de 9,50% para 9%. É interessante notar ainda que a projeção para abril não foi alterada na Focus e analistas continuam esperando que o juro cairá para 9,50%, expectativa mantida há cinco semanas. Após a divulgação da ata do Copom, porém, a próxima leitura da Focus já deve mostrar alteração quanto a esta previsão. Agentes do mercado estão aguardando a ata para calibrar as projeções para a reunião de abril (dias 17 e 18) e também para as expectativas em relação ao nível da Selic no fechamento do ano.
No ambiente internacional, o alargamento do déficit comercial da China, para US$ 31,5 bilhões em fevereiro, pesou sobre os mercados. Os metais também ficaram sob influência da cautela despertada pelo dado chinês, encerrando o pregão em direções mistas na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês). Em continuidade à saga, a Grécia completou a troca de � 177,2 bilhões em bônus dentro da lei grega como parte do plano de reestruturação da dívida. O presidente do Grupo de Ministros de Finanças da Zona do Euro (Eurogrupo), Jean-Claude Juncker, disse estar confiante na aprovação do segundo pacote de resgate à Grécia.