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Desemprego fica em 14,3%, mesmo com o aumento de pessoas ocupadas

Ainda que desemprego atinja 14,1 milhões de pessoas, o número de ocupados cresceu no trimestre encerrado em outubro por conta da volta dos informais

Por Diego Gimenes
Atualizado em 29 dez 2020, 20h23 - Publicado em 29 dez 2020, 17h53

Com a retomada gradual da atividade econômica no país, cresce também a expectativa pela recuperação dos postos de trabalho que foram perdidos durante a pandemia. A boa notícia é que o desemprego caiu pela primeira vez no ano, recuando de 14,6% para 14,3% no trimestre encerrado em outubro em comparação com o período de três meses terminado em setembro, mas a estrada ainda é longa para recolocar tantas pessoas no mercado de trabalho. Para se ter uma ideia, o índice no mesmo período em 2019 era de 11,6%. Por outro lado, ainda que o número de desempregados continue elevado, o número de pessoas ocupadas subiu, graças à informalidade. Os especialistas em trabalho costumavam se preocupar com os altos índices de informais no Brasil, que não contam com as proteções sociais da carteira assinada, e agora torcem para que o emprego informal se recupere rapidamente, o que seria um importante sinal de volta ao trabalho no Brasil.

A população ocupada chegou agora a 84,3 milhões de pessoas. Esse crescimento foi puxado pela indústria (3%), agricultura (3,8%), comércio e reparação de veículos automotores (4,4%) e, principalmente, pela construção (10,7%). Nos demais segmentos analisados, o cenário foi de estabilidade. Apesar do aumento, o nível de ocupação está em 48%, ou seja, menos da metade das pessoas em idade para trabalhar está ocupada. Os dados são da Pnad Contínua e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 29.

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 9% em relação ao trimestre anterior e chegou a 9,5 milhões. Já o contingente dos trabalhadores por conta própria sem CNPJ cresceu em 918 mil no trimestre encerrado em outubro. “Esse cenário pode estar relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em afastamento. Neste trimestre, percebemos uma redução da população fora da força de trabalho e isso pode ter refletido no aumento de pessoas sendo absorvidas pelo mercado de trabalho e também no crescimento da procura por trabalho”, explica Adriana Beringuy, analista da pesquisa.

A Pnad Contínua reflete uma recuperação que já havia sido observada na última quarta-feira, 23, quando o Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que mais vagas foram abertas do que fechadas em 2020. Com o saldo de 414.556 postos de trabalho em novembro, o saldo acumulado do ano passou a ser positivo de 227 mil vagas, segundo o Ministério da Economia.

Nos próximos meses, porém, o governo passará por uma prova de fogo no emprego, uma vez que importantes benefícios sociais chegarão ao fim, como o auxílio emergencial e o programa de suspensão de contratos — que preservou postos de trabalho durante a pandemia. Vale lembrar que a taxa de informalidade subiu de 37,4% para 38,8% da população ocupada, o que representa 32,7 milhões de trabalhadores informais no país. A questão é como o mercado de trabalho vai reagir ao término desses estímulos: se haverá vagas para o contingente de pessoas que deve acelerar a busca pelo emprego após o fim do auxílio, ou se a informalidade vai crescer ainda mais no país.

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