Desemprego é maior entre os que ganham menos, diz Ipea
Taxa de desemprego dos 10% mais pobres passou de 23,1% em 2005 para 33,3% em 2010, na contramão do que foi verificado para o total do país
O número de desempregados na baixa renda cresceu nos últimos cinco anos, na contramão do que foi verificado para o total do país. Levantamento do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA), divulgado nesta quinta-feira, revela que a taxa de desemprego dos 10% mais pobres passou de 23,1% para 33,3% de 2005 a 2010, com avanço de 44,2%. No mesmo período, o número geral caiu 31,4%.
Já os que recebem salários mais altos foram beneficiados. Entre os 10% mais ricos o desemprego teve redução de 57,1% (de 2,1% para 0,9%).
Conseqüentemente, aumentou a desigualdade entre os trabalhadores. A relação de desemprego entre os que ganhavam menos e os que ganhavam mais era de 11 vezes em 2005, e passou a 37 vezes em 2010. Para o IPEA, apesar dos avanços na criação de empregos, “o país ainda registra situações de desigualdades inaceitáveis”.
Tempo de procura – A despeito de entre os mais pobres ter havido ampliação do desemprego, estes encontram novos postos de trabalho com maior facilidade. Em média, o tempo que gastam em busca de uma vaga diminuiu 27,3%, de 341,4 dias em 2005 para 248,3 dias em 2010.
Para os mais ricos, esse prazo subiu 15,7%, de 277 dias para 320,6 dias, em igual período. O Ipea sugere que isso ocorre porque os mais pobres aceitam mais facilmente empregos precários e de curta duração, enquanto os mais ricos são mais seletivos.