Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Desemprego atingiu quase 4 milhões de pessoas a mais em 2015

Até crianças, que costumam trabalhar sem remuneração ajudando os pais na agricultura familiar, perderam vagas no ano passado, segundo o IBGE

Por Da redação
Atualizado em 25 nov 2016, 11h02 - Publicado em 25 nov 2016, 10h44

A deterioração do mercado de trabalho no Brasil em 2015 foi ainda mais aguda do que o que se imaginava. O total de postos de trabalho eliminados alcançou 3,8 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Essa foi a primeira vez que houve queda no total de empregados no país desde o início da série histórica da pesquisa, em 2004. A perda é muito mais acentuada do que a mostrada pela Pnad Contínua, que substituirá definitivamente o levantamento anual já a partir deste ano.

À época da divulgação, a Pnad Contínua estimava a população ocupada em 92,2 milhões ao fim de 2015, ou 630.000 vagas a menos em relação a um ano antes. “Estamos falando de 2015, um ano em que vimos que os indicadores econômicos não foram muito favoráveis. A população ocupada caiu em todas as grandes regiões”, disse Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad no IBGE.

Na versão anual, dois setores foram os principais responsáveis pelo fechamento de vagas: a indústria, que explica a maior perda no número de ocupados no Sudeste, e a agricultura, que teve impacto especialmente no Nordeste. A agricultura perdeu 855.000 trabalhadores, enquanto a indústria dispensou mais de 1 milhão de funcionários. Metade dessa queda na indústria ocorreu no Sudeste. Das demissões na agricultura, 700.000 foram no Nordeste.

Continua após a publicidade

Na Região Sudeste, 1,4 milhão de pessoas perderam seus empregos. No Nordeste, outros 1,37 milhão de trabalhadores foram dispensados. Foram 1,8 milhão de empregos com carteira assinada a menos, sendo 730.000 só no Sudeste, segundo a gerente da Pnad.

A dispensa de empregados alimentou ainda mais a informalidade. A proporção de pessoas trabalhando por conta própria cresceu de 21,4% em 2014 para 23% em 2015. Como consequência do avanço das demissões, houve aumento de 38,1% na fila de desempregados no país, o equivalente a 2,8 milhões de pessoas a mais. O total de desempregados chegou a 10 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade em 2015.

Jovens

A deterioração no mercado de trabalho mostra que, em 2015, o país tinha 2,7 milhões de crianças e adolescentes trabalhando, uma redução de 659.000 em relação ao ano anterior. Entre a faixa dos mais jovens houve aumento.

Continua após a publicidade

Segundo o IBGE, com a crise no emprego, faltou trabalho para todas as faixas etárias, mas a mais penalizada foi a de adolescentes de 16 e 17 anos, sobretudo em áreas urbanas.

“A população ocupada caiu como um todo, o desemprego aumentou como um todo, e atingiu também essa população”, disse Maria Lucia Vieira. “Trabalho está faltando para todo mundo. A taxa de desocupação entre os jovens ainda é maior do que para as outras faixas etárias. Eles estão tendo mais dificuldade para conseguir trabalho”, acrescentou.

O levantamento mostra que 318.000 adolescentes de 16 e 17 anos deixaram de trabalhar. Outros 200.000 empregos foram perdidos entre jovens de 14 ou 15 anos. Na faixa de 10 a 13 anos, havia 151.000 crianças a menos trabalhando. A única faixa de idade com aumento foi de 5 a 9 anos: 9.000 crianças a mais ocupadas.

Segundo Maria Lucia, essa faixa etária tem presença muito forte no trabalho familiar, não-remunerado, ajudando integrantes da família, como na agricultura. “Essa população mais jovem, de até 13 anos, trabalha muito para produção para o próprio consumo, sem remuneração”, explicou a pesquisadora.

Continua após a publicidade

Outro efeito da piora generalizada no emprego foi a redução na desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Não houve melhora na condição feminina, mas sim deterioração na condição masculina. A renda média mensal dos homens ocupados foi de 2.058 reais e a das mulheres, 1.567 reais das mulheres. O resultado significa que as mulheres receberam, em média, 76,1% do rendimento dos homens. No ano anterior, elas recebiam 74,5% do salário deles.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.