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Desaceleração econômica e inflação freiam varejo

Por Da Redação
13 dez 2011, 16h27

Por Rodrigo Viga Gaier e Jeb Blount

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO, 13 Dez (Reuters) – O volume de vendas no varejo brasileiro ficou estável em outubro na comparação com setembro, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), endossando expectativas de que a economia brasileira terá um quarto trimestre de fraco crescimento.

A receita nominal em outubro também teve variação zero, interrompendo uma sequência de 20 meses de elevações. A expectativa do mercado era de que as vendas ainda mostrariam algum crescimento em outubro.

Entre setembro e outubro, as vendas ficaram estagnadas, depois de crescerem 0,5 por cento em setembro e apresentarem queda de 0,5 por cento em agosto.

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“Em algumas atividades tivemos aumento de preços e não é a toa que há preocupação do governo… ao mesmo tempo de uma desaceleração do crescimento. Isso inibe a demanda e o consumo”, disse a jornalistas o economista do IBGE, Reinaldo Pereira, ao lembrar que o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre também ficou estagnado.

Ante outubro de 2010, o volume de vendas registrou acréscimo de 4,3 por cento, sendo que no acumulado do ano, alta de 7 por cento. Em 12 meses, o crescimento é de 7,3 por cento. Analistas ouvidos pela Reuters previam alta de 0,15 por cento mês a mês e avanço anual de 4,95 por cento.

O dado de setembro sobre agosto foi ainda revisado para crescimento de 0,5 por cento, ante dado anterior de 0,6 por cento.

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Segundo o IBGE, entre setembro e outubro 6 dos 10 setores avaliados tiveram redução de vendas. “É uma ocorrência especial que reflete o ambiente econômico”, destacou Pereira.

Na opinião do economista-chefe do banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno, os números são mais um indicativo de que a atividade doméstica sentiu os efeitos da piora no cenário internacional. “O varejo está num claro caminho de moderação, mas ainda acho que não de queda”, afirmou.

O governo anunciou no início do mês medidas para estimular o consumo e impedir que a economia desfaleça ainda mais. Entre as ações, reduziu as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca, anunciando desonerações também no setor financeiro. ID:nN1E7B007D]

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Poucos dias depois, números mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve crescimento nulo no terceiro trimestre ante o segundo, confirmando avaliações de que o agravamento da turbulência internacional, especialmente na zona do euro, tem tido impactos sobre a atividade doméstica.

Em relação a outubro de 2010, as vendas no varejo tiveram uma expansão quase generalizada, mas o ritmo de vendas foi menor do que em meses anteriores. Atividades importantes registraram recuo ou desaceleração, influenciadas pelos preços mais altos, como combustíveis, cujas vendas diminuíram 0,8 por cento ante outubro de 2010, e tecidos, vestuário e calçados, com queda de 2,2 por cento no período.

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, os números sugerem um quarto trimestre “desanimado”, no qual o PIB brasileiro cresceria “timidamente” contra um terceiro trimestre sem crescimento.

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“Nossa estimativa é que o PIB suba modestos 0,4 por cento, fazendo a taxa acumulada no ano ser de… 2,86 por cento”, afirmou em relatório.

O IBGE ainda vê um horizonte um pouco mais promissor para o varejo. Para Pereira, isso existe por conta das recentes medidas anunciadas pelo governo e que devem ter impacto na demanda interna.

“Vamos ver qual o efeito dessas medidas sobre o consumo. Tem redução fiscal, renúncia fiscal e juros menores para ajudar. Não é ainda uma tendência de queda do comércio. O governo vem atuando como fez em 2008 para 2009. Acredito que podem ter reflexo sobre a demanda interna.”

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A equipe de analistas da Rosenberg & Associados avalia que a estabilidade nas vendas do varejo corrobora a expectativa de um crescimento “moderado”, referendando apostas de que o Banco Central (BC) deve continuar cortando a Selic, hoje em 11 por cento ao ano.

“Vale lembrar que os juros ultimamente estão mais ligados ao que ocorre lá fora do que propriamente aos movimentos domésticos”, escreveu a equipe em nota.

A crise internacional foi a justificativa dada pelo BC para os três cortes seguidos na Selic desde agosto, que já tiraram 1,50 ponto percentual da taxa. As fracas perspectivas para a economia global e seus impactos sobre a atividade doméstica têm levado investidores a preverem a manutenção do ciclo de afrouxamento monetário no próximo ano.

De acordo com o relatório Focus do BC divulgado na véspera, o mercado espera que a taxa básica de juros (Selic) termine 2012 em 9,50 por cento ao ano, o que sugere mais 1,5 ponto percentual de queda.

(Edição de Patrícia Duarte)

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