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Deputados adotam medidas que abrem caminho para renúncia de Berlusconi

Por Filippo Monteforte
12 nov 2011, 15h14

A Câmara dos Deputados italiana adotou neste sábado as medidas de ajuste exigidas pela União Europeia (UE) para solucionar a crise econômica, condições colocada pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi para apresentar sua renúncia ao cargo.

O pacote foi adotado definitivamente pelo Parlamento, depois do que o multimilionário político prometeu apresentar sua demissão ante o presidente da República, Giorgio Napolitano, para ser substituído por um governo de emergência que se comprometa em reduzir a colossal dívida pública do país.

A Câmara dos Deputados adotou com 380 votos a favor, 26 contrários e 2 abstenções as medidas anticrise com as quais a Itália espera recuperar a confiança dos mercados e evitar a quebra de sua economia.

“Hoje se encerra uma longa e dolorosa página de nossa história”, disse Dario Franceschini, deputado da maior formação de esquerda, o Partido Democrático (PD).

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“Amanhã se inicia uma nova era, começaremos do zero. Temos que reconstruir das cinzas nossa economia, a justiça, a lei eleitoral”, disse.

Já Fabrizio Cicchitto, porta-voz do partido de Berlusconi, Povo da Liberdade (PdL), defendeu o primeiro-ministro por seu gesto de responsabilidade.

Berlusconi, principal protagonista dos últimos 17 anos da vida política da Itália, deverá renunciar neste mesmo sábado a seu cargo, assim que forem adotadas em definitivo as medidas anticrise tomadas sob a pressão dos mercados e encerrando assim uma era marcada por escândalos.

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Paralelamente à votação no Parlamento, centenas de pessoas começaram a sair às ruas e a se manifestar em Roma ante a sede de governo, gritando em coro “demissão, demissão” e erguendo cartazes com os dizeres “Bye, bye, Berlusconi”.

A Itália teve que acelerar o ritmo esta semana para aprovar o pacote de medidas exigidas pela União Europeia (UE), ante o risco de que a crise derrube o país, que é a terceira economia da Eurozona, com uma dívida de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB).

Berlusconi, de 75 anos, deverá apresentar sua renúncia ante o presidente da República, Giorgio Napolitano, assim como prometido por ele próprio.

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A renúncia de Berlusconi colocará fim a uma das épocas mais controversas da história da Itália, permeada de escândalos judiciais e sexuais, que minaram a imagem do país e tiraram toda a credibilidade da classe governante.

A expectativa é que Il Cavaliere seja substituído por um tecnocrata, o economista Mario Monti, de 68 anos, um especialista em assuntos europeus e por dez anos comissário europeu, que conta com o apoio de quase todos os partidos políticos, entre eles o Partido Democrático (PD, de esquerda), assim como dos industriais.

Contudo, existe a expectativa de que Berlusconi e uma parte de sua formação de direita se oponham de última hora a essa designação, criando um clima de incertezas em relação à implantação do tão esperado governo “técnico”.

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Segundo a imprensa italiana, o multimilionário político se lamenta por não ter sido consultado sobre seu sucessor e exige garantias para o futuro de seu império da comunicação, que seria gravemente afetado por novas leis de fixação dos limites da publicidade.

Além disso, o polêmico movimento popular, Liga Norte, aliado chave de Berlusconi, disse que se opõe a um governo que não seja eleito com o voto popular e anunciou sua total oposição.

Apesar das controvérsias, a aprovação das medidas e a eventual designação de Monti para salvar a Itália do abismo foram bem recebidas pelos mercados de ações, que reagiram positivamente na quinta e sexta-feira, após uma queda brutal na quarta-feira.

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Também as obrigações da dívida italiana à dez anos, que haviam superado nesta semana o alarmante patamar de 7%, recuaram para baixo dos 6,5%.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, felicitou neste sábado os “progressos significativos” realizados sobre a situação política tanto na Itália quanto na Grécia, países submersos na crise da dívida.

“O que desejamos no FMI é a estabilidade política e a clareza política nestes dois países. Acredito que ambos realizaram progressos significativos”, disse Lagarde em Tóquio.

“No que envolve a Itália, celebro que o Senado tenha votado agora o plano de reformas submetido ao Parlamento. Esperamos para hoje a aprovação na Câmara”, prosseguiu Lagarde.

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