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Decisão do Supremo sobre bancos deve ficar para 2014

Equipe econômica ganha dois meses para continuar na tentativa de obter votos em favor dos planos econômicos

Por Da Redação
23 nov 2013, 14h17

Após uma blitz da cúpula econômica e jurídica do governo nesta sexta-feira, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o julgamento dos planos econômicos, que começa na próxima quarta-feira, deve ser decidido somente no início de 2014. Com isso, a equipe econômica ganha dois meses para continuar na tentativa de obter votos em favor dos planos econômicos e, em consequência, em favor dos bancos, com o argumento que a eventual vitória dos poupadores retiraria 1 trilhão de reais da economia.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, visitaram integrantes da Suprema Corte acompanhados do advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, e do procurador do BC, Isaac Sidney Menezes Ferreira. Eles se reuniram com o presidente do STF, Joaquim Barbosa, e com os ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Nas audiências, a equipe econômica argumentou que a derrota dos bancos geraria problemas para o mercado de crédito e para a economia.

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“Se o julgamento for favorável às teses dos poupadores, vai significar uma perda de 105 bilhões de reais no capital dos bancos (em valores de 2008) e 149 bilhões de reais (em valores atualizados)”, afirmou o procurador do BC. “Isso representa reduzir um quarto do capital do sistema financeiro nacional com impacto para a concessão de crédito.” Como os bancos emprestam mais do que o capital que têm, um corte de 105 bilhões de reais em seus recursos representaria retração de crédito de R$ 1 trilhão, nos cálculos do BC.

O governo vem pressionando os ministros com argumentos de calamidade financeira: se os poupadores vencerem as ações, haveria quebra de bancos, queda no PIB e na arrecadação, podendo sobrar para a sociedade a conta de capitalizar a Caixa.

Pauta – Na quarta-feira, conforme a pauta do plenário, o tribunal começa a julgar o caso por um processo que reúne os cinco planos: Cruzado, Bresser, Collor, Verão I e Verão II. A ação requerida pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) é relatada pelo ministro Ricardo Lewandowski, cujo voto é dado como certo em favor dos poupadores.

A escolha desse caso como primeiro da pauta, também conforme integrantes do Supremo, pode favorecer a tese dos poupadores. No processo da Consif, dois ministros devem se declarar impedidos: Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. Como se trata de uma questão constitucional e os recursos têm repercussão geral, o governo e os bancos teriam de garantir no mínimo cinco votos em favor dos planos econômicos. Se houver seis votos contra, os planos serão declarados inconstitucionais.

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Com o plenário dividido e a promessa de uma decisão apertada, a escolha do primeiro processo a ser julgado e a sistemática da sessão pode afetar o resultado. O BC havia pedido que o tribunal começasse a julgar o processo do Plano Real. Mas o pedido foi ignorado e o processo não foi nem sequer pautado.

Mudança – Até a semana que vem, a ordem de processos e a sistemática podem mudar. Uma das possibilidades seria reunir todos num só julgamento. Nesse cenário, só haveria tempo hábil para os ministros ouvirem os argumentos dos advogados. Outra possibilidade é inverter a pauta. Mas tudo isso dependerá do presidente do STF, Joaquim Barbosa.

Apesar do cenário traçado nas audiências, com relatos de possível “risco sistêmico”, conforme um ministro ouvido pelo jornal O Estado de S. Paulo, o procurador do BC afirma que o sistema financeiro é sólido. “Não há qualquer preocupação de quebra no sistema financeiro”, disse. “Todavia, 100 bilhões de reais não são 100 reais.”

O procurador disse que a queda no crédito afetará a economia, com redução do emprego e renda. Mas negou que os argumentos sejam terroristas. “Não estamos trazendo ao STF nenhuma preocupação de catástrofe ou preocupação de ordem macroeconômica aguda. O que estamos é alertando é que, caso os planos sejam julgados inconstitucionais, haverá uma conta a pagar.”

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(Com Estadão Conteúdo)

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