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CVM volta a mirar em Bolsonaro por declarações sobre preço de combustíveis

É o terceiro procedimento contra o presidente no mesmo sentido, aberto depois de o presidente anunciar a "redução no preço"; Petrobras já negou a informação

Por Victor Irajá 6 dez 2021, 17h26

No encalço do presidente Jair Bolsonaro, a Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, abriu um novo processo contra o mandatário para apurar as declarações dele em torno da política de preços da Petrobras. É o terceiro procedimento contra o presidente no mesmo sentido. No domingo, 5, o presidente voltou a comentar sobre a variação dos preços dos combustíveis. “A Petrobras começa nesta semana a anunciar redução no preço do combustível”, afirmou em entrevista ao site Poder360. Nesta segunda-feira, 6, a empresa emitiu nota para negar que tenha sinalizado que vai reduzir os preços praticados. “A Petrobras não antecipa decisões de reajuste e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços que ainda não tenha sido anunciada ao mercado”, diz a empresa.

Em novembro,  durante viagem para participar da reunião do G20, na Itália, o presidente havia afirmado que a empresa aumentaria os valores da gasolina, do etanol e do diesel, dando a entender que teria acesso a informações privilegiadas — o que não é condizente com o cargo que Bolsonaro ocupa. “A Petrobras anuncia, isso eu sei extraoficialmente, novo reajuste em 20 dias”, afirmou na ocasião. Por causa dessas declarações, o presidente já havia entrado na mira da CVM, que quer entender se o presidente usa o cargo para influenciar no preço das ações da companhia, que tem seus papéis listados na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, e nos Estados Unidos.

Como mostra reportagem de VEJA, a gasolina, que há um ano tinha preço médio de 4,35 reais o litro no país, hoje vale em média 6,75 reais. Em algumas cidades, como o Rio de Janeiro, o valor médio é maior e bate os 7,34 reais. Em Bagé, no Rio Grande do Sul, já chegou a 7,94 reais. São valores recorde, que não dão sinais de que devem ceder tão cedo e podem até aumentar e bater os 8 reais. Com sua política (correta, diga-se) de definir preços de acordo com os padrões internacionais, torna-se alvo de pressão de políticos em busca de soluções simplistas e populistas. Do presidente da República a congressistas dos mais diferentes matizes, muitos defendem o controle de preços e a intervenção nas políticas da estatal em maior ou menor grau.

No fim de outubro, Jair Bolsonaro chegou a declarar que a empresa — uma corporação mista com acionistas no Brasil e no exterior, sujeita às regras internacionais de boa governança — não deveria ter lucros elevados. Desde o início do ano, a alta dos preços supera os 60%, e as perspectivas não são muito animadoras. O banco de investimentos Goldman Sachs estimou, no fim de outubro, que a pressão da demanda poderia elevar os preços acima dos 90 dólares ainda neste ano, e o Bank of America acredita que a marca dos 120 dólares pode ser atingida no primeiro semestre de 2022.

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