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Cúpula europeia sobre emprego marcada por tensão com a Grécia

Por Por María Lorente e Miguel Enesco
30 jan 2012, 16h02

Dirigentes europeus se reúnem nesta segunda-feira para incentivar o crescimento e o emprego, mas os debates em Bruxelas estarão marcados pela tensão em torno da Grécia, que rejeitou categoricamente a proposta da Alemanha de submeter as finanças gregas à tutela europeia.

Em teoria, a cúpula que começou às 15h00 (12h00 de Brasília) está dedicada a debater fórmulas para impulsionar o crescimento e o emprego, que se tornaram os principais dramas da crise no continente, e amenizar os efeitos das medidas de austeridade em milhões de famílias europeias.

Contudo, mais uma vez será a situação na Grécia que monopolizará os debates entre os dirigentes europeus, principalmente depois de Atenas rejeitar bruscamente a proposta da Alemanha de dotar a UE de um maior poder de decisão sobre a gestão do orçamento grego.

Pondo mais lenha na fogueira, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, alertou que a Grécia não receberá mais dinheiro se não iniciar as reformas anunciadas.

A Europa está “disposta a apoiar a Grécia”, disse o ministro alemão em uma entrevista, mas se “não aplicar as medidas necessárias e simplesmente se contentar em fazer anúncios sem nada concreto (…) não há ajuda que resolva o problema”, argumentou.

Antes de viajar a Bruxelas, o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, pediu a seus sócios europeus que respeitem os princípios de solidariedade.

“Qualquer um que imponha a uma população um dilema entre a ajuda financeira e a dignidade nacional ignora os ensinamentos históricos fundamentais”, afirmou.

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Em um interminável cabo de guerra, o primeiro-ministro grego Lucas Papademos destacou no domingo a “convergência” com seus aliados políticos gregos sobre o plano de austeridade necessário para que a UE e o FMI aceitem resgatar a sobreendividada Grécia.

Contudo, Papademos admitiu que as negociações com a União Europeia (UE) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) para concretizar o segundo plano de resgate ao país têm sido “difíceis”, já que “novos compromissos” são pedidos à Grécia.

O governo grego negocia de forma paralela com os credores privados (grandes bancos e fundos de investimentos detentores de cerca de 206 bilhões de euros de dívida) uma liberação de pelo menos 100 bilhões de euros. Dessa maneira a dívida pública que supera os 350 bilhões de euros (160% do PIB) seria reduzida a um nível mais sustentável (120% de seu PIB) em 2020.

A UE e o FMI alertaram que a redução da dívida pública grega é a condição indispensável para desbloquear um segundo pacote de ajuda de 130 bilhões de euros.

A Grécia necessita desses fundos para cumprir no dia 20 de março com um vencimento da dívida de 14.5 bilhões de euros. Do contrário se transformará no primeiro país da zona do euro a declarar falência.

Nesse caso, aumentarão os riscos de contágio a outras economias como Espanha, outro país que chama a atenção de seus sócios europeus.

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Antes da reunião dos Vinte e Sete, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, recebeu especialmente o presidente espanhol Mariano Rajoy.

O programa incentivado na Espanha pelo governo conservador de Rajoy, que inclui uma reforma trabalhista e uma reestruturação do sistema financeiro, recebeu um forte respaldo da União Europeia.

No entanto, a UE e o FMI pediram à Espanha para reformar seu mercado de trabalho, considerado demasiado rígido. Com 5,3 milhões de pessoas sem emprego (quase 23% da população ativa), o último balanço da crise na Espanha é devastador.

Justamente o emprego e as medidas para aumentar a competitividade serão um dos temas centrais da cúpula desta segunda-feira, em que os europeus querem demonstrar que seus planos não se limitam unicamente a medidas de austeridade.

Assim preveem ratificar o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), um mecanismo de resgate financeiro do qual só poderão se beneficiar aqueles países que cumpram com a nova governança europeia, principalmente para minimizar a brecha entre os países do norte da Europa – liderados pela Alemanha, a principal economia – e os do sul, como Espanha.

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