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Crise cambial não afetou emergentes que fizeram a lição de casa, diz Lagarde

Diretora-geral do FMI afirmou que a redução dos estímulos do Fed prejudicou os países cujas políticas internas não foram fortes o suficiente

Por Ana Clara Costa, de Davos
25 jan 2014, 14h47

Em sua consideração final sobre a economia global, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que a redução dos estímulos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) afetou de maneira diferente os países emergentes. “Os investidores estão muito prudentes. Eles olham para a força dos governos, a estabilidade das políticas, as pessoas que estão elaborando essas políticas e aí eles decidem se entram, se permanecem ou se saem de um país emergente. Por isso, há países que quase não tiveram movimentação cambial e há países onde a oscilação foi muito significativa”, afirmou Lagarde no último dia de debates do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Em seguida, a economista afirmou que os mercados se diferenciam pela força de suas políticas internas.

A declaração de Lagarde sucedeu a argumentação do presidente do fundo de private equity Blackrock, Larry Fink, de que muitos países emergentes estariam usando a questão da desaceleração das compras de títulos de bancos por parte do Fed (o chamado quantitative easing) para justificar erros em suas políticas internas. “É muito fácil culpar a redução de estímulos. Mas o que acontece é que muitos desses países têm problemas domésticos que não foram tratados e, por isso, culpam o Fed”, afirmou Fink.

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Na mesma discussão, o chefe da Comissão de Planejamento do governo indiano, Montek Singh Ahluwalia, responsável pelas reformas econômicas do país desde a década de 1980 até agora, reconheceu que não é possível atribuir aos efeitos da crise internacional todos os males que atingem os emergentes. Sobre a Índia especificamente, Ahluwalia afirmou que dois terços dos problemas são de origem doméstica. “Ainda precisamos tratar de inúmeras reformas estruturais e torná-las sistêmicas. Há muitas coisas que precisamos fazer, sobretudo no sistema financeiro”, afirmou o ministro indiano.

No dia anterior, a presidente Dilma Rousseff discursou em Davos, pela primeira vez, com o objetivo de promover o Brasil para investidores estrangeiros. Diferentemente de Ahluwalia, a presidente atribuiu à crise financeira a desaceleração dos emergentes – do Brasil, especificamente – e elencou seus feitos em 40 minutos de falatório. Foi elogiada pelo fundador do Fórum, Klaus Schwab, que afirmou que o otimismo da presidente o havia feito retomar a confiança nos emergentes. Contudo, mais tarde, em conversa privada com empresários brasileiros e estrangeiros, Dilma teve um discurso mais franco. Reconheceu que o país tem problemas, sobretudo a burocracia, e disse que trabalhará mais para melhorar a eficiência de seu governo.

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