Crimes cibernéticos mais que dobram em um ano e fazem BC rever controles
Só neste ano, dois grandes ataques às empresas de tecnologia financeira C&M e Sinqia chegaram a acessar quase R$ 1 bilhão
O número de ataques hackers a bancos e outras instituições do sistema financeiro brasileiro deu um salto expressivo nos últimos anos, de acordo com novos números divulgados pelo Banco Central. Isso tem feito a autarquia, que é a responsável pela regulação e controle do sistema financeiro, a rever e endurecer as suas normas e exigências.
Em 2023, o Banco Central registrou 24 grandes ocorrências envolvendo invasão ao sistema de instituições financeiras no país. Em 2024, esse número saltou para 59, mais do que o dobro, e, em 2025, mesmo com o ano ainda incompleto, já há mais ocorrências registradas do que no ano passado inteiro. Até agosto, tinham sido 53 casos e, em outubro, elas já tinham subido para 68.
Os números fazem parte do Relatório de Estabilidade Financeira divulgado nesta quarta-feira, 12, pelo Banco Central. O documento é semestral e tem o objetivo de monitorar o grau de robustez ou fragilidade do sistema financeiro nacional, o que inclui avaliações periódicas dos riscos de crises como de crédito, inadimplência ou de quebra dos bancos, por exemplo.
Nesta edição, referente ao primeiro semestre de 2025, a equipe de análises do BC conclui que o país continua livre de “risco relevante para a estabilidade financeira” e que o sistema “permanece com capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperadas”. Ou seja, os bancos, no geral, têm folga em seus resultados para comportar eventuais crises.
O aumento dos crimes cibernéticos, entretanto, e, com eles, também dos riscos em que implicam para a segurança e o dinheiro das empresas e das pessoas, foi um dos principais alertas acendidos pela publicação.
“São crimes que geram perdas financeiras significativas em alguns casos, e esse aumento demonstra a fragilidade relacionada a controles essenciais que é preciso ter nas instituições financeiras”, disse o diretor de Fiscalização do BC, Ailton Aquino, em coletiva à imprensa realizada nesta manhã. “É uma preocupação comum a supervisores de todo o mundo, não só o banco central brasileiro, e nós temos trabalhado e reforçado fortemente nossos times de supervisão e monitoramento”, afirmou.
Só neste ano, e em um curto espaço de tempo, dois ataques acessaram milhões de reais de bancos e pessoas e chamaram a atenção pelo volumes vultuosos colcados em risco: em julho foram estimadas em até 1 bilhão de reais as perdas com a invasão aos sistemas da empresa de tecnologia C&M Software e, em setembro, outros 700 milhões de reais foram colocados em risco no ataque à Sinqia, empresa que conecta os bancos ao sistema do Pix. Nessa caso, cerca de 90% do valor movimentado foi recuperado pelo BC. “Foram incidentes muito robustos e aprendemos com eles, tanto é que o nível de recuperação no caso da Sinqia foi bem alto”, disse Aquino.
Entre as medidas recentes para reforçar a segurança, o diretor do BC citou o endurecimento nas regras de capital, controle e transparência para os bancos, as instituições de pagamento, como as fintechs, e também aos provedores de serviços de tecnologia. “Já fizemos muitas coisas e há outras medidas por vir, em função dos aumentos nos crimes cibernéticos”, afirmou.
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