Criação de empregos nos Estados Unidos em julho surpreende
No mês, foram criadas 943 mil vagas, 70 mil acima da expectativa dos economistas. Recuperação é fundamental para os rumos dos juros americanos
Dados divulgados na manhã desta sexta-feira, 6, pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos apontaram que em julho o payroll, relatório de criação de empregos, surpreendeu a expectativa dos economistas. No mês foram criadas 943 mil vagas, acima dos 870 mil projetados pelos analistas da agência Bloomberg. Em maio, o número havia sido levemente inferior, de 938 mil vagas criadas.
Com isso, a taxa de desemprego do país diminuiu 0,5 ponto percentual, atingindo 5,4%. “Ganhos de empregos notáveis ocorreram em lazer e hospitalidade, no governo local, educação e em serviços profissionais e empresariais”, disse o Departamento de Estatísticas do Trabalho em nota. Ainda que os números de julho tenham surpreendido e o desemprego esteja em patamares bem inferiores ao período de recessão de fevereiro a abril de 2020, o índice permanece bastante acima do nível pré-pandemia, de 3,5% de desempregados.
O payroll é uma das informações mais esperadas pelo mercado por mostrar a temperatura da recuperação da economia americana pós-Covid-19 e os rumos da decisão de política monetária do Federal Reserve Bank, o Banco Central americano. Desde o início da pandemia, o presidente do Fed, Jerome Powell, tem reafirmado em seus discursos que um dos fatores decisórios mais importantes para o ritmo de injeção de dólar na economia e os juros americanos é a recuperação dos empregos da população.
Na decisão mais recente, o Comitê de Política Monetária americano (FOMC, na sigla em inglês) reconheceu que os indicadores econômicos vêm melhorando, porém manteve a perspectiva neutra sobre a alteração da política monetária. A expectativa do mercado é que nos próximos meses serão iniciadas as sinalizações sobre a diminuição do ritmo de compras dos Títulos Públicos.