Criação de emprego nos EUA fica abaixo da expectativa

WASHINGTON, 1 Jun (Reuters) – A abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos ficou abaixo do esperado em maio, enquanto os dados de março e abril foram revisados para baixo. Esse cenário sugere que a recuperação econômica norte-americana permanece fragilizada.
Foram criados 69 mil postos de trabalho no mês passado, informou nesta sexta-feira o Departamento do Trabalho dos EUA, o menor volume desde maio do ano passado. Economistas consultados pela Reuters esperavam aumento de 150 mil vagas.
Além disso, foram abertos 49 mil postos de trabalho a menos do que o previamente estimado em março e abril. A taxa de desemprego subiu para 8,2 por cento ante 8,1 por cento.
O resultado poderá abalar ainda mais a confiança, na esteira de pesquisas industriais regionais fracas e da piora da crise da dívida na Europa. Dados divulgados nesta sexta-feira mostraram ainda que o vasto setor industrial da China perdeu força em maio.
Economistas culparam a prolongada crise financeira na Europa e a desaceleração do crescimento chinês pelas dificuldades encontradas na atividade industrial norte-americana em maio.
O nível de emprego ainda está com 5 milhões de empregos a menos do que em dezembro de 2007, quando a economia caiu em recessão.
Analistas dizem que a economia precisa criar cerca de 125 mil postos de trabalho por mês para manter a taxa de desemprego estável.
A taxa de participação da força de trabalho -a parcela de norte-americanos em idade economicamente ativa que tem emprego ou estão procurando por um- subiu para 63,8 por cento.
Os ganhos foram mais fracos em todos os sentidos no mês passado, com o setor privado criando apenas 82 mil postos de trabalho. As vagas no setor público caíram em 13 mil, puxadas pelo contínuo aperto feito por governo locais.
O setor manufatureiro, o carro-chefe da recuperação econômica, criou 12 mil empregos.
(Reportagem de Lucia Mutikani)