O crescimento da economia chinesa se desacelerou em 2011, com um aumento do PIB de 9,2% contra 10,4% em 2010, num momento em que a segunda economia mundial começa a sentir o impacto de um contexto internacional difícil, segundo dados oficiais revelados nesta terça-feira.
O crescimento continuou sendo vigoroso, em grande parte devido aos efeitos dos planos de reativação adotados pela segunda economia mundial após o estouro da crise financeira de 2008.
Em 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) da potência asiática totalizou 47,156 tilhões de yuans (7,466 trilhões de dólares, 5,880 trilhões de euros), frente aos 40,120 trilhões de yuans em 2010, disse nesta terça-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (BIS).
Esses números representam aproximadamente a metade do PIB dos Estados Unidos, maior economia mundial, que alcançou os 14,587 trilhões em 2010, segundo dados do Banco Mundial.
As dificuldades de exportar aos países industrializados, sobretudo da Europa, acentuaram a desaceleração do PIB chinês no quarto trimestre de 2011, com um aumento de 8,9%, seu nível mais baixo desde o segundo trimestre de 2009.
Esse resultado superou as expectativas dos analistas consultados pela agência Dow Jones, que apostavam em um crescimento do PIB trimestral de 8,6%.
A Bolsa de Xangai fechou em forte alta nesta terça-feira, de 4,18%, e a de Hong Kong subiu 3,24%. Tóquio, por sua vez, terminou a sessão com um aumento de 1,05%. Na Europa, as bolsas apresentavam ganhos entre 1,13% e 1,89% nesta terça-feira.
“No atual contexto mundial, não é fácil manter um crescimento de 9,2%”, declarou à imprensa Ma Jiantang, um porta-voz do BIS. “2012 será um ano complexo e de desafios. Temos que estar prontos”, acrescentou.
A produção industrial chinesa apresentou crescimento de 13,9% em 2011, frente aos 15,7% de 2010, e os investimentos em bens de capital aumentaram 23,8% e seguem representando 54,2% da formação total do PIB chinês. Em 2010, esse segmento apresentou aumento de 25,4%.
Segundo Ma, o peso excessivo dessa área se explica pelos investimentos em salários, infraestrutura e em melhorias ambientais.
Contudo, o porta-voz admitiu que “o modelo chinês não é viável no longo prazo e depende demasiadamente do aço e do cimento”, ou seja, da construção e das obras de infraestrutura.
A urbanização avança de maneira acelerada na China, sendo que em 2011 a população superou pela primeira vez a rural.