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Credores aceitam negociar dívida com Argentina

Representantes de fundos abutres devem se reunir com ministro argentino em Nova York

Por Da Redação
2 jul 2014, 17h54

Os advogados dos fundos abutres se reuniram nesta quarta-feira com o mediador designado pelo juiz nova-iorquino Thomas Griesa e afirmaram ter a intenção de dialogar em Washington com o ministro das Finanças argentino, Axel Kicillof. Fundos abutres é um jargão financeiro usado para classificar fundos de hedge especializados em comprar títulos de países em default, ou seja, que deram calote. A Argentina vem travando uma batalha legal nos Estados Unidos para se esquivar de pagar rendimentos a tais fundos – e, até o momento, tem estado em desvantagem.

O que são fundos abutres?

Fundo abutre é um jargão do mercado financeiro usado para classificar fundos de hedge que investem em papéis de países que deram calote – atuam, em especial, na América Latina e na África. Sua atuação é perfeitamente legítima. O termo abutre foi criado para diferenciá-los dos fundos convencionais, justamente por trabalharem como ‘agiotas’ de países caloteiros, emprestando dinheiro em troca de ‘títulos podres’. São considerados pelo mercado uma espécie de ‘investidor de segunda linha’. Sua atuação consiste em comprar títulos da dívida de nações em default por valor irrisório para depois acionar o país na justiça e tentar receber ganhos integrais. Os ‘abutres’ compraram os papéis da dívida argentina por 48,7 milhões de dólares em 2001 e querem receber, hoje, cerca de 1 bilhão de dólares. A Argentina, por sua vez, tenta escapar do pagamento. O país teme que, caso aceite pagar os ‘abutres’ integralmente, os 92% de credores que aceitaram a renegociação da dívida em 2005 e 2010 possam buscar na Justiça o direito de receber ganhos integrais. Neste caso, o pagamento poderia reduzir as reservas internacionais do país a praticamente zero. Outro agravante é que, devido ao histórico de calotes e decisões econômicas escandalosas do país, sua credibilidade para negociar com credores está fortemente abalada.

A firma de advogados Elliot Management, uma das que representam os fundos abutres que não renegociaram a dívida com a Argentina após a moratória de 2001 e que reivindicam na Justiça americana o pagamento integral dos títulos, se colocou à disposição para se reunir com Kicillof, que viaja nesta quarta para Washington para discursar na quinta na Organização de Estados Americanos (OEA).

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Os advogados se mostraram satisfeitos após tomarem conhecimento da intenção dos argentinos de se reunir com o negociador designado pela Justiça americana, Daniel Pollack, em 7 de julho, mas reiteraram a falta de comunicação direta entre as partes. “Somos sérios no que diz respeito a negociar”, destacaram os fundos.

A dívida da Argentina com os fundos abutres, que representam 7% dos credores que se recusaram a aceitar a reestruturação da dívida proposta em 2005 e em 2010, ultrapassa 1,33 bilhão de dólares, valor que, com juros, passa de 1,5 bilhão de dólares.

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Depois de Griesa fixar como prazo limite para este pagamento o último dia 30, a Argentina conseguiu um mês de prazo para negociar com os advogados dos fundos abutres, liderados por Robert A. Cohen, que representa a NML Capital.

A viagem de Kicillof aos Estados Unidos servirá para explicar à OEA as consequências da decisão do juiz americano, que dá prioridade ao pagamento dos fundos abutres na frente dos credores que reestruturaram a dívida. O ministro participará também na quinta-feira de uma reunião extraordinária de ministros das Relações Exteriores, convocada a pedido da Argentina e apoiada pelos membros do Conselho Permanente, com a abstenção dos Estados Unidos, junto do chanceler argentino, Héctor Timerman.

(Com EFE)

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