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Crédito caro e famílias endividadas reafirmam PIB mais baixo em 2022

Banco Central mostra ainda menor tomada de crédito pelas empresas, o que se soma à queda dos empréstimos do BNDES e contribui com queda do crescimento

Por Luisa Purchio Atualizado em 4 jan 2022, 10h02 - Publicado em 28 dez 2021, 17h36

As Estatísticas Monetárias e de Crédito de novembro divulgadas nesta terça-feira, 28, pelo Banco Central, trouxeram dados que reafirmam a baixa expectativa de crescimento do PIB no ano que vem, uma consequência da alta da Selic que já era esperada pelos economistas. Resultado da inflação, do alto custo com gasolina, alimentos e energia elétrica, além da renda mais baixa, a tomada de crédito pelas famílias aumentou 1,9% em novembro e 18,9% em doze meses, atingindo 2,9 trilhões de reais, o que corresponde a 33,4% do PIB.

“A inflação vai corroendo o salário e fica difícil não estourar o orçamento. Com o desemprego em números elevados e as contas aumentando, certamente vamos ver um crescimento na tomada de crédito das famílias e um maior endividamento de uma maneira não saudável”, diz Piter Carvalho economista da Valor Investimentos.

O custo do crédito, por sua vez, cresceu como consequência da alta da Selic, que encerrará 2021 a 9,25%, alta de 7,25 pontos percentuais em relação ao início do ano. Em novembro, o Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do Sistema Financeiro Nacional, subiu 0,4 ponto percentual e acumula no ano uma alta de 18,4%. Já o crédito livre cresceu 0,4 ponto percentual no mês e 24,1% no ano, enquanto o spread geral do ICC cresceu 0,2 ponto percentual no mês e 0,5 ponto percentual na comparação interanual.

A difícil situação da renda familiar é apontada também nos dados divulgados recentemente pelo Banco Central a respeito dos saques da poupança, que em novembro superaram os depósitos em 12,377 bilhões de reais, o maior número desde o início da série histórica, iniciada em 1995.

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Menor tomada de crédito pelas empresas

O saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional mostra um aumento de 1,4% na carteira de pessoas jurídicas, mas, de acordo com o Banco Central, “comparativamente ao período encerrado em outubro, o crescimento nos 12 meses encerrados em novembro desacelerou de 16% para 15,6%”, resultado principalmente das desacelerações no crédito a empresas (de 11,2% para 10,6%).

Dados divulgados recentemente pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contribuíram com esse diagnóstico ao mostrarem uma queda de 0,6% no financiamento para empresas em novembro, e uma queda acumulada de 3,8% nos 12 meses.

“Se o país em algum momento esperou um resultado de PIB positivo para 2022, esta resposta seria via recursos do BNDES que contribuem com a criação e expansão de empregos, mas eles não vêm acontecendo. Como consequência, não estão sendo feitos novos negócios e investimentos pelas empresas”, diz Carvalho, da Valor Investimentos.

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