Criada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como uma retaliação ao governo, a CPI dos Fundos de Pensão teve o requerimento que pede a prorrogação por mais 60 dias aprovado nesta terça-feira. Para que o prazo seja estendido, é necessário o aval do plenário da Casa. Em outras palavras: pautar a prorrogação depende do próprio Cunha. Nos bastidores, fala-se que o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ),em mais um gesto de aproximação com o Planalto, tem atuado para barrar o andamento da CPI, que pode revelar fraudes envolvendo estatais comandadas por petistas. Segundo aliados, Eduardo Cunha está irritado com os acenos de Picciani ao governo, vistos como um movimento para assumir sua cadeira na presidência da Câmara, e não vai impor barreiras à continuidade da comissão. O peemedebista tem até o dia 8 de dezembro, prazo em que o colegiado se encerra, para levar o requerimento a voto. Se não o fizer, vai incendiar ainda mais o desgaste com a oposição, que reclama também dos gestos de Cunha ao governo para proteger o mandato. O peemedebista está na corda bamba pelo envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras. (Marcela Mattos, de Brasília)