CPI do Carf convoca presidente da Engevix, envolvida na Lava Jato
Colegiado ouve depoimentos de executivos de empresas suspeitas de envolvimento em desvio bilionário no órgão da Receita
A CPI do Carf convocou nesta quinta-feira mais executivos de grandes empresas para prestar depoimento. Um deles é o presidente do Conselho de Administração da Engevix Engenharia, Cristiano Kok. A empresa é acusada de participar do esquema de corrupção descoberto na Petrobras pela Operação Lava Jato. O executivo-chefe da Huawei do Brasil, Jason Zhao, também foi convocado.
LEIA TAMBÉM:
Mudanças no Carf blindam órgão contra corrupção, diz presidente
Justiça proíbe contadora de esquema do Carf de sair do país
Em outra frente, o conselho convocou ainda o ex-secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, que foi presidente do Carf. Ele se tornou um dos principais alvos da Operação Zelotes, que investiga a manipulação de processos do órgão por parte de ex-conselheiros, empresas e escritórios de advocacia. Como se trata de convocação, todos terão que comparecer. A comissão também quebrou os sigilos fiscal e bancário de cinco pessoas. Além de ex-conselheiros, a CPI quer analisar os dados de Leonardo Manzan, que é genro de Cartaxo.
LEIA MAIS:
Levy defende dedicação exclusiva de conselheiros ao Carf
União deve recuperar apenas R$ 5 bi com Operação Zelotes, diz procurador
O futuro do Carf depois da Operação Zelotes
Nesta quinta, o colegiado ouviu o depoimento do presidente da Mitsubishi no Brasil, Robert Rittscher, mas dispensou o representante da Ford, Steven Armstrong, de vir à comissão. Segundo o presidente da CPI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), a comissão não tem elementos que comprovem que a Ford teria se envolvido no esquema revelado pela Operção Zelotes.
Já sobre a Mitsubishi pesa a suspeita de a empresa ter conseguido reduzir a sua dívida com o fisco de 266 milhões de reais para menos de 1 milhão de reais ao final do processo. O teor do depoimento de Rittscher, porém, não satisfez os senadores. Por isso, o presidente da comissão decidiu apresentar um requerimento para pedir a quebra dos sigilos de Rittscher.
(Com Estadão Conteúdo)