Corte nos juros era necessário, defende integrante do BCE
Integrante do Conselho Executivo da entidade diz que decisão foi tomada para evitar o risco de uma inflação excessivamente baixa na zona do euro
A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar as taxas de juros para mínimas recordes na semana passada foi necessária para evitar o risco de uma inflação excessivamente baixa, afirmou Sabine Lautenschlager, integrante alemã do Conselho Executivo da instituição. “O fato é que o crescimento que vemos na zona do euro como um todo é moderado demais para não querermos gerar uma arrancada de crescimento com baixas taxas de juro”, disse em entrevista a uma rádio alemã.
Além de fazer parte do Conselho Executivo, Sabine é um dos dois membros alemães do Conselho Diretor do BCE. O seu apoio ao corte na taxa é notável, porque o outro membro alemão, Jens Weidmann, presidente do Bundesbank (o Banco Central alemão), se opôs às medidas de estímulo. Ele preferia avaliar os efeitos dos novos empréstimos bancários antes de tomar novas medidas, disse uma fonte próxima ao assunto.
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Sabine, uma ex-alta funcionária do Bundesbank, rebateu preocupações na Alemanha de que as políticas do BCE estão punindo os poupadores do país ao reduzir as taxas que eles ganham sobre os depósitos bancários. Para ela, isso não é um problema exclusivo da Alemanha, mas da zona do euro como um todo. “Nós não decidimos a política monetária para a Alemanha sozinha – isso é muito importante”, destacou.
Na quinta-feira, o BCE reduziu mais uma vez o juro básico da zona do euro, de 0,15% para apenas 0,05% ao ano, novo piso histórico. Além disso, a instituição anunciou que passará a comprar financiamentos concedidos pelos bancos para incentivar a oferta de empréstimos.
(Com Estadão Conteúdo)