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Copom mantém taxa básica de juros do país em 6,5%

Próximos passos da política monetária dependerão da atividade econômica e das expectativas de inflação, segundo o Comitê

Por André Romani Atualizado em 8 Maio 2019, 18h26 - Publicado em 8 Maio 2019, 18h02

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 6,5% ao ano, nesta quarta-feira, 8. A decisão já era esperada pelo mercado. De acordo com o comunicado do Copom, os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

A taxa de 6,5% ao ano, definida em março do ano passado, é a mais baixa da história. Essa é a nona reunião consecutiva com manutenção desse percentual. A Selic é a taxa básica de juros definida pelo governo, e que serve de referência para diversas outras taxas da economia. Ela é redefinida ou mantida a cada 45 dias em encontros dos integrantes do Copom, grupo formado por diretores e o presidente do Banco Central. A decisão leva em conta diversos fatores, como a inflação e o desempenho da economia brasileira.

“Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela manutenção da taxa básica de juros em 6,50% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, em maior grau, de 2020”, informou a nota da instituição.

Segundo o Copom, a continuidade do processo de reformas e de ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia. “O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes.”

A decisão se justifica pela falta de grandes mudanças no cenário econômico brasileiro, desde a reunião mais recente, segundo Marcel Balassiano, pesquisador sênior da área de economia aplicada do FGV/Ibre. “A atividade econômica continua fraca e a inflação continua próxima da meta do governo”, afirma.

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Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação no acumulado dos últimos 12 meses está em 4,58%. Para 2019, a meta estipulada pelo governo é de 4,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

As expectativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços medidos pelo país, não param de cair. A projeção do Boletim Focus diminuiu de 2,01% para 1,49% desde a reunião mais recente do Copom. Para Balassiano, a queda não justifica uma mudança na taxa de juros. “Saímos de uma Selic de 14,25%, em 2016, para 6,5% agora. Não é uma nova queda em 0,25 ponto percentual que vai bombar a economia”, afirma o pesquisador.

Patricia Pereira, especialista da Mongeral Aegon Investimentos, segue a mesma linha e acrescenta: “O ambiente externo melhorou desde a última reunião, mas a guerra comercial entre China e Estados Unidos deixa o cenário mais incerto, equilibrando esses fatores”, relata ela, citando o presidente estadunidense, Donald Trump, que anunciou nesta semana uma nova tarifa sobre mercadorias do país asiático. A decisão surpreendeu investidores, já que era esperado um acordo entre as duas nações.

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Sobre a reforma da Previdência, os dois especialistas concordam que a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados não significa uma melhora ou piora nas perspectivas econômicas. “Foi até mais lento que o esperado”, relata Pereira.

Pensando no futuro, a expectativa dos especialistas é que a taxa se mantenha, não vendo, hoje, justificativas para uma mudança nas próximas reuniões do Copom.

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