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Copom aumenta a Selic para 4,25% ao ano, na terceira alta consecutiva

Pressão inflacionária confirmou a expectativa de parte do mercado que estimou alta de 0,75 ponto percentual, em linha com o último comunicado do BC

Por Luisa Purchio Atualizado em 16 jun 2021, 18h53 - Publicado em 16 jun 2021, 18h43

No final da tarde desta quarta-feira, 16, o Comitê de Política Monetária (Copom) comunicou alta de 0,75% ponto percentual ao ano da Selic, atendendo as expectativas de grande parte do mercado. Com isso, a taxa básica de juros da economia chega a 4,25% ao ano, uma decisão que vem em linha com a sinalização da última reunião. Realizada em maio, o comunicado do comitê do Banco Central (BC) havia antecipado este ajuste caso o balanço de risco ou as projeções de inflação não sofressem mudanças significativas no intervalo entre uma reunião e outra.

“O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2022. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, disse o comunicado.

Diante das revisões positivas do PIB brasileiro para 2021, parte do mercado especulou que a alta da Selic seria de 1 ponto percentual ao ano nesta reunião, porém muitos analistas mantiveram a projeção conservadora de 0,75 tendo em vista que a economia brasileira ainda passa por um processo de normalização natural após o pior momento da crise econômica causada pela Covid-19. “Não vejo a necessidade do Banco Central apertar o ritmo nem de avançar além do nível estimado como neutro, pois ainda há ociosidade na economia e parte das pressões inflacionárias tendem a ser temporárias”, diz o economista Silvio Campos, sócio da consultoria Tendências.

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Na reunião realizada em maio, o comitê já havia ressalvado que a indicação de elevação de 0,75 ponto percentual ao ano da Selic era apenas uma indicação e não um compromisso, uma vez que os passos futuros da política monetária  continuariam “dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.

Desde então, porém, a situação inflacionária do país não melhorou — pelo contrário. De acordo com o último boletim Focus, o mercado subiu pela décima vez consecutiva a expectativa sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021, para 5,82% ante os 5,44% da última semana. Sobre o índice pesam principalmente itens como alimentos e bebida, transporte e habitação, que continuam pressionados pela alta das commodities no mercado internacional e por como o aumento da demanda afeta a oferta.

A título de comparação, o IPCA de maio divulgado pelo IBGE na semana passada teve alta de 3,22%, com transportes subindo 7,76% e alimentação e bebidas 2,28%. “Há um contínuo processo de piora do quadro inflacionário, em especial das expectativas, o que exige uma maior atuação do Banco Central. Vemos uma normalização plena da política monetária neste ano, com a Selic alcançando 6,5%”, diz o economista Silvio Campos Neto, sócio da consultoria Tendências.

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Já Rafael Panonko, economista-chefe da Toro Investimentos, projeta que a Selic chegará a um nível um pouco mais brando, entre 6% e 6,25% ao ano até o final do 2021. “Olhando no curto prazo a inflação incomoda um pouco, mas ela é transitória muito por causa do desequilíbrio de oferta e demanda. Isso tende a se normalizar e no segundo semestre 2022 e este cenário será página virada”, diz ele.

Além de considerar que as pressões sobre os preços são temporárias, a expectativa é que a agenda de reformas do país não conseguirá avançar mais, com a antecipação das disputas em torno das eleições presidenciais. “A articulação do governo ainda está muito ruim e a gente vê um cenário muito confuso na negociação das reformas. A gente sabe que no Brasil tudo para com a proximidade das eleições”, diz ele.

Para a próxima reunião, a expectativa é de um ajuste da mesma magnitude, mas novamente sem compromisso e com a ressalva de “que essa visão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”. O Comitê ressaltou ainda “que uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários”.

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