Contrariado, Obama assina corte bilionário no orçamento
Presidente culpou os republicanos pelo fracasso nas negociações sobre o déficit fiscal. Corte de US$ 85 bi pode abalar ainda mais a economia americana
Depois de todas as tentativas de acordo sobre a redução do déficit fiscal fracassarem, o presidente dos Estados Unidos cumpriu sua obrigação e assinou na noite desta sexta-feira um corte de 85 bilhões de dólares no orçamento americano. A medida poderá retardar ainda mais a economia dos Estados Unidos e agravar o desemprego no país.
Os cortes são produto de um pacto estipulado em agosto de 2011 pelo Congresso para elevar o teto da dívida, em troca de elaborar um plano para a redução do déficit que não foi alcançado.
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Em uma conferência de imprensa na Casa Branca, Obama chamou os cortes de “arbitrários” e “desnecessários”, mas tentou minimizar o impacto da medida na economia americana. “Nós vamos passar por isso”, disse ele. “Eu não prevejo uma grande crise financeira, mas vai machucar.”
Como era esperado, o presidente democrata culpou os congressistas republicanos pelo fracasso nos esforços para chegar a um acordo suprapartidário sobre a redução do déficit. Questionado sobre uma suposta falta de habilidade em convencer os adversários, Obama respondeu que não poderia “bloquear a porta” para impedir que os negociadores republicanos fossem embora ou usar “um elo mental Jedi para convencê-los a fazer o que é certo”.
Com o fracasso das negociações, o Pentágono terá de cortar 13% do seu orçamento até 30 de setembro. A maioria dos programas que não estão ligados à Defesa, como as explorações espaciais da Nasa, o financiamento federal à educação e atividades de policiamento, terá uma redução de 9%. Mais cedo, o Fundo Monetário Internacional alertou que os cortes podem representar uma redução de meio ponto percentual no crescimento econômico dos EUA neste ano, com consequências negativas para toda a economia global.
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Histórico – Desde 2011, quando os republicanos assumiram o controle de parte do Legislativo, Obama e seus adversários políticos discutem uma forma de equilibrar as contas públicas diante da alta vertiginosa da dívida na primeira economia mundial, que já atinge os 16 trilhões de dólares.
(Com agências France-Presse, Reuters e EFE)