Consumo de energia deve cair 2,9% em fevereiro, estima ONS
O Operador Nacional do Sistema Elétrico também diminuiu a previsão de chuvas em fevereiro em relação a média histórica, para 58%
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que o consumo de carga de energia elétrica no sistema nacional terá queda de 2,9% em fevereiro ante o mesmo período do ano passado, segundo o Informativo do Programa Mensal de Operação, divulgado nesta sexta-feira. A previsão anterior era de que haveria uma queda de 2,7% no consumo em fevereiro.
A queda do consumo de carga dá alívio aos reservatórios depreciados das hidrelétricas, em um momento em que praticamente todas as termelétricas estão ligadas para garantir o fornecimento de energia.
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O ONS também reduziu nesta sexta a previsão de chuvas em fevereiro em relação a média histórica, passando-a de 65% para 58% para os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste. Com isso, o nível das represas da região, que abriga 70% dos reservatórios do país, deve terminar fevereiro em 21,2%. Atualmente o nível está em 19,17%, ainda muito abaixo do verificado antes do racionamento de 2001, quando estava a mais de 30%.
Analistas avaliam que as chuvas teriam de ser surpreendentes, muito acima da média, até o fim do período úmido em abril para evitar um racionamento de energia neste ano. No entanto, desde o ano passado, as chuvas têm ficado muito aquém do esperado.
No Nordeste, deve chover o equivalente a 30% da média histórica em fevereiro e no Norte, 56%. Somente o Sul deverá continuar tendo chuvas mais fortes, com afluências de 129% da média.
O Custo Marginal de Operação (CMO), que representa o custo de geração de cada unidade de energia adicional no sistema elétrico, voltou a subir para a próxima semana, acima do primeiro patamar de custo do déficit no Sudeste e Sul.
O CMO está em 1.606,42 reais por megawatt-hora (MWh), sendo que o primeiro patamar de custo de déficit é de 1.420,34 reais por MWh. Quando o CMO atinge esse primeiro patamar, há indicação do sistema computacional utilizado pelo ONS para que ocorra corte de consumo entre 0 e 5%.
O corte, no entanto, não foi determinado e as previsões divulgadas nesta sexta-feira consideram o pleno atendimento aos requisitos de carga, afirmou o ONS.
(Com agência Reuters)