Congresso dos EUA aprova plano para evitar calote
Por 81 votos contra 18, senadores passam projeto que aumenta teto da dívida até o início de 2014. Na Câmara dos Representantes, placar foi de 285 a 144

Atualizado às 23h28
O Congresso dos Estados Unidos, correndo contra o tempo para evitar um calote de suas obrigações, aprovou nesta quarta-feira uma legislação para elevar a capacidade de endividamento do Tesouro. O Senado passou a medida por 81 votos a favor e 18 contra, enquanto na votação da Câmara dos Representantes, de maioria republicana, o placar foi de 285 a favor e 144 contra. John Boehner, líder do partido na Casa, já havia afirmado que os parlamentares não iriam se opor ao projeto que acaba também com a paralisação parcial do governo. Após a aprovação, o texto segue para a sanção do presidente Barack Obama.
A proposta do Senado anunciada na manhã desta quarta eleva o teto da dívida dos EUA até o dia 7 de fevereiro e desbloqueia o orçamento federal para reabrir a administração, paralisada parcialmente desde 1º de outubro, até o dia 15 de janeiro, dando tempo para o Congresso iniciar um debate sobre cortes de despesas e redução do déficit. Um comitê bipartidário será encarregado de negociar um acordo orçamentário de longo prazo, que deverá ser apresentado somente em dezembro. Os líderes Harry Reid e Mitch McConnell estiveram à frente das negociações, que foram retomadas na noite de terça-feira, depois que a Câmara não conseguiu votar um plano para tentar por fim ao impasse.
Caso um acordo até a meia-noite desta quarta-feira nos EUA (1h da manhã em Brasília) não fosse costurado, a maior economia mundial entraria numa zona tão inédita quanto perigosa, quando o Tesouro ficará praticamente sem recursos para cumprir com seus compromissos junto a alguns credores. Assim, o Escritório de Orçamento do Congresso estimava que entre 22 e 31 de outubro os Estados Unidos já não poderiam, pela primeira vez em sua história, honrar com os pagamentos programados.