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Concorrentes reagem ao Uber e ampliam opções aos passageiros

Ganha o consumidor: 99 e Easy agora oferecem o transporte em carros particulares e em táxis a preços mais baixos

Por Marcelo Sakate Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 ago 2016, 15h29 - Publicado em 29 ago 2016, 11h01

A economia compartilhada é um caminho sem volta que beneficia um número cada vez maior de pessoas. Os brasileiros que vivem nas grandes cidades que o digam, a partir do crescimento acelerado desse mercado. As duas maiores empresas com aplicativos para o uso de táxi nas maiores capitais do país, a 99 e a Easy, agora oferecem não só descontos para atrair mais passageiros para esse meio de transporte como acabam de lançar o seu próprio serviço em carros particulares, à semelhança do Uber, com quem concorrem. Inicialmente, o atendimento está disponível na cidade de São Paulo.

O primeiro a lançar o serviço foi a Easy (que deixou de ser Easy Taxi), no fim de julho. Em apenas um mês de operação, a empresa já conseguiu cadastrar uma base de 5 000 motoristas de carros particulares para o Easy Go, o nome do novo serviço, em meio a uma demanda que chegou a 20 000 candidatos, uma boa parcela de taxistas. Hoje as viagens realizadas pelo Easy Go já representam de 20% a 25% do número total de atendimentos pelo aplicativo.

Nesta quarta-feira (dia 31), será a vez da 99 (anteriormente 99 Táxi) lançar o 99 POP, que funciona nos mesmos moldes do Uber e do Easy Go. Mil motoristas de carros particulares e de táxis foram cadastrados por meio de uma seleção que avaliou a qualidade de quem dirige e do veículo. Receberam também treinamento para aprimorar o atendimento. A estratégia é atrair os usuários pela qualidade do serviço aliada a um preço só um pouco acima do Uber.

A Easy e a 99 não são os primeiros apps a concorrer com o Uber – o espanhol Cabify e o indiano WillGo entraram no mercado paulistano no primeiro semestre –, mas se diferenciam pelo público que alcançam. O 99, aplicativo mais utilizado do país para táxis, tem 3,8 milhões de usuários cadastrados em São Paulo. No Brasil, são 10 milhões. Para efeito de comparação, o Uber, líder no transporte em carros privados, superou a marca de 1 milhão de downloads no país.

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Simulações de corridas em São Paulo mostram que as viagens pelo Easy saem a um preço semelhante ao do Uber, algumas vezes um pouco mais caro (em torno de um a dois reais em viagens curtas). A 99 vai divulgar as faixas de preço nesta quarta (dia 31), mas antecipa que os valores serão “competitivos” em relação à concorrência, segundo o COO (executivo-chefe de operações) da empresa, Pedro Somma. “O 99 POP terá duas faixas horárias de preço fixas: uma para os períodos das 7h às 11h e das 17h às 21h e outra para os demais horários, que será 10% mais barata”, afirma o executivo.

Tanto a 99 como a Easy esperam crescer por meio da oferta de uma frota mais nova do que os do Uber (em especial na comparação com o UberX, que é mais barato) e em horários de pico do trânsito e de alta da demanda (como em períodos de chuva), quando a tarifa seguirá inalterada, diferentemente do concorrente americano, que atua com um mecanismo chamado tarifa dinâmica, em que o aumento no número de pedidos de viagens encarece o preço.

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Em todos esses casos, é um valor inferior ao cobrado pelos táxis tradicionais. Na disputa pelos passageiros, a 99 e a Easy passaram a oferecer também descontos para as viagens em táxi: o abatimento chega a 30% para taxistas que aceitem cobrar menos, atentos a uma conta simples: transportar mais passageiros compensa o preço inferior.

Em meio à prolongada recessão econômica e à concorrência com o Uber, as viagens de táxi caíram estimados 40% nos primeiros meses do ano. Atenta ao cenário e às reivindicações de motoristas, a prefeitura de São Paulo decidiu flexibilizar as regras para as viagens de táxi.  Desde a última semana, a bandeira dois, que elevava em 30% o preço de viagens realizadas entre as 20h e as 6h da manhã e aos domingos e feriados, passou a ser opcional – a decisão cabe ao taxista. Além disso, não haverá mais cobrança do adicional de 50% no valor final da viagem entre diferentes municípios.

Não existem dados públicos sobre o número de viagens realizadas pelos principais aplicativos nem do faturamento de cada um na cidade de São Paulo. “O mercado é do mesmo tamanho da quantidade de carros subutilizados que existem na cidade. Hoje, uma cidade como São Paulo tem mais de 8 milhões de automóveis”, afirmou o Uber a Veja. “Estudos recentes mostram que os carros são usados apenas por 5% do tempo; no restante, fica parado no estacionamento de casa ou no trabalho”.

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Tampouco está claro o quanto da expansão do mercado de transporte individual particular se dá por meio da atração de novos usuários (que passam a deixar o carro próprio em casa e a abrir mão do transporte coletivo) e quanto se dá por meio da conquista daqueles que utilizavam táxis. Para Fernando Matias, CEO da Easy no Brasil, o primeiro mês de operação do Easy Go mostra que a base de passageiros tem sido formada essencialmente por novos usuários. O Uber defende um diagnóstico semelhante. “O Uber complementa a malha de transportes das cidades”, disse a empresa.

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