Por André Magnabosco e Mariana Durão
São Paulo (AE) – A Petrobras explicou há pouco que o adiamento do cronograma de início de operações do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), de 2013 para 2014, foi ocasionada pela necessidade de “tempo maior do que o previsto originalmente” para a definição do modelo de contratação das utilidades, sistema necessário para o funcionamento do complexo.
Este é um dos pontos citados pela Petrobras em comunicado divulgado pela estatal, no qual a companhia visa “esclarecer” notícias veiculadas pela imprensa nos últimos dias. A nota destaca, por exemplo, que a decisão da companhia de rever de US$ 80 por barril para US$ 75 por barril o preço do petróleo no longo prazo (pós 2015) é uma “prática recorrente”. Apesar disso, a Petrobras confirma a associação entre a revisão e possíveis “impactos contábeis sobre a avaliação dos ativos, alterando a expectativa de geração futura de caixa” da companhia.
O comunicado destaca também que a previsão de ampliar a produção em 336 mil barris por dia (bpd) nas plataformas P-56 e P-57, além das atividades no Piloto de Lula, “não é comparável às informações divulgadas durante a apresentação do resultado do terceiro trimestre de 2011, quando foi apresentada a capacidade nominal das unidades de produção previstas para entrar em operação em 2012”.
Na oportunidade, a companhia citou um potencial incremento de 414 mil bpd, mas o número considerava uma lista diferente de sistemas, o que poder ter gerado dúvidas entre veículos de imprensa e investidores. “As informações apresentadas se referiam à ‘contribuição média’, na curva de 2012, das plataformas que entraram em operação em 2010/11 e as que estão programadas para entrar em operação em 2012”, destacou a companhia, reforçando que não foi divulgada qualquer projeção acerca da produção esperada em 2012.
Correção do balanço
O documento também comenta sobre a política de preços de derivados adotada no Brasil, a qual é baseada no “alinhamento dos preços de gasolina e diesel com a tendência de longo prazo dos preços internacionais”, sem transferência de volatilidade para o mercado interno, e sobre o valor de US$ 13,6 bilhões de desinvestimentos previstos entre 2011 e 2015. Esse montante, comentou a companhia, pode ser captado com a venda de atividades de exploração e produção no Brasil e exterior e de refino no exterior. Um dos ativos que devem ser negociados, ainda não confirmado pela Petrobras, é uma refinaria instalada no Japão.
Outro tema abordado no documento da Petrobras foi a correção nas demonstrações financeiras do quarto trimestre, apresentada ontem. Os ajustes, como chamado pela estatal, foram relativos a dados das linhas de despesas por natureza e da demonstração do valor adicionado-DVA.
Segundo a companhia, “parte dos gastos alocados na linha de serviços deveriam constar na linha de matéria-prima/produtos adquiridos”. A inversão parcial dos valores não produziu alteração dos valores totais do balanço da companhia, ainda segundo a empresa.