LONDRES, 28 Mai (Reuters) – A Alemanha continua reafirmando sua oposição a títulos compartilhados da zona do euro, mas analistas dizem que a região já está se dirigindo a uma responsabilidade mútua implícita para dívidas nacionais e que Berlim ficará sob uma pressão crescente para sucumbir.
O complexo sistema de pagamento da região TARGET2, que recebe os fluxos de pagamento entre os Estados-membros da zona do euro, sugere que já há um bom acordo implícito de compartilhamento de risco nas estruturas regionais, sem mencionar a exposição do Banco Central Europeu (BCE) às dívidas de países periféricos.
O compromisso compartilhado pode ficar aquém do risco tomado que títulos compartilhados preveem, em que um país é responsável pelo não pagamento de dívida do outro.
Mas analistas dizem que o aumento de desequilíbrios no sistema -com o BCE substituindo os empréstimos do setor privado que secaram para países periféricos- reflete o último de uma série de passos de combate à crise que têm aumentado a integração regional.
A Grécia e outros países endividados da zona do euro estão acumulando no Bundesbank (banco central alemão) por meio do BCE, o que ilustra como o destino da Alemanha foi interligado aos dos Estados periféricos.
“Na medida em que crescem esses ativos ou pedidos e compromissos face-a-face com outros Estados-membros, significa que você fica mais e mais envolvido nos negócios uns dos outros e isso está dizendo, basicamente, que você está caminhando gradualmente para uma união fiscal”, disse o economista sênior de marcado do Rabobank, Elwin de Groot.
(Reportagem de Ana Nicolaci da Costa)