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Como investimento, Leicester derrota bolsa, dólar e ouro por goleada

Retorno para quem apostou no título da equipe inglesa, de até 5.000%, supera, de longe, o rendimento de aplicações mais tradicionais

Por Teo Cury 4 Maio 2016, 07h40

Na última segunda-feira, pela primeira vez em seus 132 anos de vida, o Leicester conquistou o título do futebol inglês. O feito, até poucos meses atrás impensável para uma das equipes de menor investimento do país – e que chegou a disputar a terceira divisão inglesa entre 2008 e 2009 -, fez valer uma máxima do universo dos investimentos: quanto maior o risco, maior o retorno para quem investiu – isso, claro, quando a aplicação dá resultados.

No calor das comemorações pela conquista, multiplicaram-se relatos sobre apostadores que tiraram a sorte grande ao aplicar dinheiro no azarão. O retorno para quem apostou no Leicester em agosto de 2015, quando a temporada inglesa começou, foi de até 5.000%. Se apostar no Leicester fosse uma aplicação financeira tradicional, seu retorno ganharia da bolsa de valores, do dólar ou do ouro – e por goleada.

“O Leicester pode ser comparado ao Easy Táxi ou ao Uber. São empresas que apresentam um risco maior de investimento e que não têm ainda um fluxo de caixa estável”, diz Ricardo Couto, professor de finanças do Ibmec-MG. “Empresas com risco mais baixo podem ser comparadas a equipes mais estáveis e pré-estabelecidas. Na bolsa, Vale e Petrobras seriam o Manchester United, o Liverpool.”

Um apostador que tenha “investido” 100 reais no título do Leicester em agosto do ano passado teria hoje 500.000 reais. O mesmo valor aplicado em ouro teria se transformado em 119,67 reais nesse período. O investimento no Ibovespa, o principal índice da Bovespa, teria transformado os 100 reais em 107,52 reais. A aplicação de 100 reais em dólar teria transformado o dinheiro investido em 100,24 reais. No caso de uma aplicação de renda fixa, como a poupança, por exemplo, seria necessário esperar 65 anos para alcançar o retorno de 5.000%.

Apostador que tenha “investido” 100 reais no título do Leicester em agosto do ano passado teria hoje 500.000 reais (VEJA)
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Essas projeções, ilustrativas, desconsideram despesas que existem na prática, como taxas de administração e corretagem e também os impostos. De qualquer forma, fica evidente qual aplicação seria a mais rentável nesse período.

Assim como investir no Leicester poderia ser considerado uma aplicação de alto risco em agosto de 2015, há alternativas igualmente mais arriscadas no mercado. “Existem coisas muito explosivas no mercado brasileiro. Opções sobre ações podem valorizar 200% em um dia. Mas, no dia seguinte, esse dinheiro pode não valer nada”, diz Rafael Paschoarelli Veiga, professor de finanças da FEA-USP. Opções são uma modalidade de aplicação na bolsa de valores em que o investidor paga para ter o direito de ter determinada ação por um valor fixo – sem que ele seja necessariamente “dono” da ação para comprá-la ou vendê-la.

No mundo real, optar por aplicações de alto risco exige cautela e muito estudo, sob pena de o dinheiro desaparecer em questão de minutos. No caso do “investimento” no Leicester, o mais provável era que o dinheiro aplicado nunca fosse recuperado. Mas, para sorte dos apostadores, especialmente dos que torcem para o clube inglês, zebras às vezes aparecem – nem que levem 132 anos para isso.

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(Da redação)

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