Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Como estaria a inflação sem BC independente de fato? A Turquia mostra

O país adotou redução nos juros, movimento contrário ao da teoria convencional do mercado para controle dos preços; inflação já chega a quase 80%

Por Luana Zanobia Atualizado em 5 jul 2022, 18h11 - Publicado em 5 jul 2022, 17h59

O Brasil enfrenta uma inflação de 11,73% em doze meses e atualmente uma das maiores taxas de juros do mundo, como forma de buscar frear essa inércia de alta dos preços. O compromisso assumido pelo Banco Central está em elevar os juros para ancorar a meta. Essa é a primeira vez que o banco central brasileiro enfrenta uma crise global e descontrole de preços depois que foi aprovada no Congresso a independência da autarquia, responsável pela condução da política monetária. A regra protege o BC de intervenções governamentais, algo que já vinha acontecendo de fato nas últimas décadas, mas sem a oficialização das leis.

Apesar de muitos países conviverem com bancos centrais independentes, a lei que rege esse estatuto pode ser facilmente manipulável em alguns casos, é o que vem acontecendo na Turquia. Em março o presidente turco Recep Tayyip Erdogan demitiu o presidente do banco central do país. Por lá, o presidente pode demitir a diretoria quando fica insatisfeito com os rumos tomados pela autoridade monetária. Atualmente, a inflação já chega perto de 80%, a maior em 24 anos. Para um grupo de economistas independentes do Inflation Research Group, a inflação é ainda maior e já estaria no patamar de 175,55% acumulados até junho.

Apesar do cenário desafiador em todo o mundo, as cifras alarmantes são atribuídas por críticos como resultado da política monetária conduzida pelo país. Erdogan rejeita a teoria convencional do mercado de elevação dos juros para controlar os preços. Contrariando esse pensamento, o país segue na linha oposta, de redução dos juros no país. De setembro até janeiro deste ano, o país já reduziu em 5 pontos percentuais a taxa de juros do país, estabelecida agora no patamar de 14%. Desde então, a lira – a moeda turca – já desvalorizou 48% em doze meses.

A inflação do país já ultrapassou até mesmo a da Argentina, que acumula alta de 60% nos preços. O país é outro exemplo ruim da condução da política monetária, e se junta a muitos da América Latina que ainda não possuem uma autoridade monetária realmente independente do governo. Dos países do G20, o Brasil era o único que não tinha autonomia, até a mudança de seu status em 2021.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.