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Como as empresas podem fugir da espionagem

Além da tecnologia, valorizar os funcionários é um modo de reduzir o vazamento de informações

Por Luciana Carvalho
11 jan 2011, 10h07

A fórmula da Coca-Cola, o molho especial do sanduíche Big Mac, o próximo lançamento revolucionário da Apple. É preciso de mais do que programas de computador para resguardar segredos como esses. Em uma época permeada por redes sociais, tecnologia e concorrência ferrenha, as empresas devem redobrar os cuidados para não verem suas grandes descobertas incorporadas por adversários menos escrupulosos. Na última semana, a Renault se viu em situação delicada, depois do vazamento de informações importantes sobre seu novo projeto estratégico de carro elétrico e da conseqüente suspensão de três diretores suspeitos.

A professora da pós-graduação da Veris Faculdades, do Grupo Ibmec Educacional, Simone Basile Alves, considera que fatos como esse têm sido cada mais difíceis de se evitar, devido aos avanços tecnológicos e da competição, mas ainda há algumas maneiras de se precaver. Uma delas é se apoiar na legislação. Além das leis que protegem os segredos empresariais, a companhia deve criar contratos com regras bem definidas para os casos de violação de sigilo e ser sempre muito clara sobre esse assunto. “Ela também deve ser transparente, mostrar para as pessoas quais são os prejuízos para a empresa e para os funcionários em caso de vazamento”, afirma.

Ética e confiança – Mas, para exigir uma postura ética e consciente dos funcionários, a companhia também precisa fazer sua parte, sendo honesta e ética nos negócios e no trato do pessoal. É nesse ponto que muitas falham, na opinião do sócio da consultoria Muttare, Tatsumi Roberto Ebina. “Hoje nós vemos muitos discursos comprometidos, mas uma prática muito pobre. A natureza humana é de uma cordialidade muito grande, mas quando as pessoas entram na organização, elas são cerceadas. Elas precisam aprender a ser hipócritas, a mentir”, afirma.

O clima pesado, de desconfiança, competição em excesso e falsidade dentro das empresas é, para Ebina, o principal incentivador de traições e vazamentos de informações relevantes. Por mais contraditório que pareça, ele defende que a chave para evitar espiões infiltrados é confiar na equipe, pois, ao ver que a companhia acredita nos funcionários, eles terão menos coragem de passar uma rasteira em seus chefes.

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A professora Simone Basile também considera que a confiança e o respeito pelos funcionários são importantes, mas não descarta a possibilidade de monitorar e-mails em caso de suspeita. A condição para isso, no entanto, é sempre avisar aos empregados sobre o que está sendo feito, ponto que volta ao quesito transparência.

Novo foco – Mas as empresas não devem ser ingênuas de pensar que basta serem boas para colherem o bem. Há pessoas que, mesmo em uma empresa ética e respeitosa, estão dispostas a puxar o tapete dos outros para subir na vida. Para evitar que isso aconteça, o recrutamento cuidadoso de profissionais é imprescindível.

“Se você olhar para os processos de seleção, dificilmente vê os recrutadores enfocando na integridade e dos valores, mas sim nas especialidades das pessoas. As empresas acabam se arriscando, pois não tem como saber quais são os valores das pessoas que contrata”, diz Ebina. Ninguém tem bola de cristal, mas uma avaliação criteriosa pode evitar muita dor de cabeça para quem deseja um profissional que saiba guardar segredos.

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