Começa leilão de aeroportos; Guarulhos é ‘joia da coroa’
De olho na Copa 2014 e nas Olimpíadas 2016, o governo conta com os recursos e a gestão de empresas privadas para realizar os investimentos necessários
Começou na sede da BM&FBovespa, em São Paulo, o leilão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília. Estão participando da disputa pelo menos 11 consórcios. A BM&FBovespa ainda não divulgou a lista oficialmente.
Pelo menos quatro deles, os liderados pela CCR (com a operadora suíça Zurich), OHL (com a espanhola Aena), Odebrecht (com a operadora Changi, de Cingapura) e Invepar (com a sul-africana ACSA), apresentaram propostas para os três aeroportos. Pelas regras do leilão, os consórcios tiveram a oportunidade de apresentar ofertas para todos os aeroportos, mas só poderão ganhar a concessão de um deles.
Leia também:
Anac aceita todas as propostas para o leilão de aeroportos
O preço mínimo estabelecido para o aeroporto de Guarulhos, considerado a “joia da coroa” pelo mercado, é R$ 3,424 bilhões. No caso de Campinas, o preço mínimo é R$ 1,471 bilhão. O de Brasília é R$ 582 milhões. Os prazos das concessões são de 30 anos para Viracopos, 25 anos para Brasília e 20 anos para Guarulhos.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os três aeroportos juntos respondem por 30% do trânsito de passageiros no Brasil, por 57% das cargas e por 19% da movimentação de aeronaves.
Viva-voz – A primeira etapa do leilão consiste na leitura dos envelopes com as propostas apresentadas na quinta-feira, 2. Irão para a segunda etapa, que ocorrerá por meio da disputa viva-voz, os consórcios que oferecerem as três maiores ofertas válidas para cada um dos três aeroportos e os que apresentarem ofertas cujo valor for equivalente a pelo menos 90% da maior oferta válida. Os vencedores serão os consórcios cujas ofertas combinadas dos três aeroportos propiciarem ao governo a maior arrecadação.
Após a assinatura do contrato, está previsto um período de transição de seis meses para que o novo controlador assuma a operação – a Infraero permanece com participação de 49% em cada aeroporto concedido.
Além da outorga, os concessionários terão que ceder um percentual da receita bruta ao governo, dinheiro que irá para um fundo cujos recursos serão destinados ao fomento da aviação regional.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 80% do investimento total previsto no edital do leilão para os três aeroportos. O prazo dos empréstimos será de até 15 anos para os terminais de Guarulhos e de Brasília e de até 20 anos no caso de Viracopos.
Eventos esportivos – De olho na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, a administração da presidente Dilma Rousseff conta com os recursos e a gestão de empresas privadas brasileiras e operadoras internacionais de aeroportos para realizar os necessários investimentos nos terminais.
(Com Agência Estado e Reuters)