Rio de Janeiro, 10 fev (EFE).- O comando da Polícia Militar do Rio de Janeiro garantiu que o clima é de normalidade nesta sexta-feira no estado apesar da greve decretada na noite de ontem para reivindicar um aumento salarial.
O coronel Frederico Caldas, porta-voz da PM, afirmou que a maioria dos agentes está trabalhando e que até agora não foi registrado nenhum incidente grave no estado.
Fontes da secretaria de Segurança Pública acrescentaram que a adesão à greve foi mínima entre os cerca de 70 mil membros da polícia e dos bombeiros do estado.
A situação de normalidade e as garantias da Polícia permitiram que o Cordão da Bola Preta, um dos mais tradicionais blocos do Carnaval carioca, confirmasse para esta noite o desfile com o qual pretende iniciar antecipadamente a festa e para o qual são esperadas centro do Rio cerca de 300 mil pessoas.
‘Confiamos nas garantias oferecidas pelo comando da Polícia’, declarou em nota a Sebastiana (Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro do Rio de Janeiro), que não deve suspender seus desfiles mesmo com a greve.
A paralisação foi anunciada a exatamente uma semana da abertura oficial do Carnaval, que atrai milhares de turistas de todo o mundo.
Caldas assegurou que o comando da Polícia estava preparado para enfrentar uma possível greve, da qual tinha conhecimento há três semanas, e por isso iniciou um plano especial para substituir os grevistas e garantir a segurança.
‘Temos cerca de sete mil policiais em serviço. Não há qualquer tipo de redução (do número de agentes) significativa’, afirmou.
O porta-voz acrescentou que o comando teve conhecimento de apenas dois casos em que os policiais abandonaram seus postos de trabalho para retornar aos quartéis, um no bairro de São Cristovão, na zona norte do Rio, e outro em Volta Redonda, no sul do estado.
Em ambos casos os grevistas foram rapidamente substituídos por membros do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais.
Segundo o oficial, a justiça já expediu ordens de detenção contra 11 dos policiais que lideram a paralisação, uma vez que a greve é considerada ilegal. ‘Não vamos aceitar qualquer tipo de ação contrária à disciplina’, frisou.
O governo do Rio descartou por enquanto pedir ajuda ao Exército para garantir a segurança durante a greve. O Governo Federal anunciou previamente que pelo menos 14 mil soldados e agentes da Força Nacional de Segurança poderão reforçar a vigilância no estado caso seja solicitado.
‘Os cerca de dois mil agentes e bombeiros que se reuniram ontem à noite para anunciar uma greve não representam a instituição. Não há adesão a essa paralisação. Estamos vigiando o movimento nos quartéis’, declarou o comandante da Defesa Civil, coronel Sergio Simões.
O comando da Polícia Civil divulgou um comunicado em que informou que todas as delegacias estão funcionando normalmente.
O anúncio de greve feito ontem à noite por agentes da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro se soma ao dos policiais da Bahia, que hoje completam 11 dias sem trabalhar igualmente reivindicando melhoras salariais.
A paralisação foi aprovada apesar de a Assembleia Legislativa do Rio ter aprovado ontem a antecipação de um reajuste salarial de 39% para os policiais e bombeiros que estava previsto para outubro de 2013 e que será escalonado entre este mês e fevereiro do ano que vem. EFE