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Com rebaixamento da nota de crédito, crise no Brasil pode piorar, diz imprensa internacional

Financial Times afirma que decisão surpreendeu analistas e é um grande golpe para o governo; para The Economist, rebaixamento "veio tarde"

Por Da Redação
10 set 2015, 15h42

O rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard and Poor’s (S&P) não foi repercutido apenas pelo mercado. Depois ter o rating rebaixado de BBB- para BB+, perdendo o grau de investimento, considerado o selo de bom pagador, o país se tornou destaque nas manchetes dos principais jornais do mundo.

A notícia foi uma das mais populares no site do Financial Times (FT). O jornal britânico disse que a decisão da S&P supreendeu os analistas e a classificou como um grande golpe para o governo da presidente Dilma Rousseff. Um analista do Barclay’s, em Nova York, disse que o rebaixamento foi “agressivo”. No blog “beyondbrics”, o jornal diz que foi “impressionante” a deterioração da economia brasileira nos últimos anos e acrescenta que, com a perda do grau de investimento, as perspectivas de crescimento do Brasil podem ficar ainda piores. “O cenário brasileiro é muito ruim e vai ficar assim por vários trimestres.”

Já para a revista britânica The Economist, o rebaixamento veio tarde. “O mistério é por que isso não aconteceu antes”, diz. A revista diz que o país deve sofrer consequências, o que não deve ajudar a se livrar da recessão em que entrou no último trimestre. A revista ainda cita que muitos se preocuparam quando o governo apresentou, há dez dias, um Orçamento com previsão de déficit em 2016, mas que que poucos esperavam uma reação tão rápida por parte da agência de classificação de risco. A revista diz que a redução da nota é um golpe para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e delega ao Congresso a responsabilidade por “destravar” o Orçamento e permitir mais cortes de gastos.

Em reportagem da Bloomberg, o rebaixamento da nota brasileira coloca pressão sobre a equipe de Levy para aprovar medidas que melhorem a situação fiscal do país, via corte de gastos ou aumento de impostos.”Rousseff não foi capaz de conseguir apoio para suas iniciativas em meio a uma investigação de corrupção que teria acontecido na Petrobras de cujo conselho era presidente, levando sua popularidade a um recorde de baixa e a pedidos de impeachment”. À agência, o economista-chefe da Garde Asset Management disse que o rebaixamento poderia servir de alerta, mas “situação política é tão ruim que é difícil resolver”. “Temos um caminho nebuloso pela frente”, diz. Segundo o texto, “o embate político não poderia acontecer num momento pior”.

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O portal de notícias da rede britânica BBC também ressalta que a decisão foi surpreendente, fazendo todos os olhos se voltarem para as outras agências. Segundo Daniel Gallas, analista brasileiro citado pela reportagem, se outra agência rebaixar a nota do país, muito provavelmente “nós iremos ver investidores institucionais obrigados a retirar seu dinheiro do país”.

O espanhol El País chamou a atenção para o agravamento das crises econômica e política. “Um dos maiores pesadelos da equipe econômica e de Dilma Rousseff e do empresariado brasileiro começou a ganhar forma nesta quarta-feira”, diz o texto.

Leia mais:

Melhora da nota do Brasil está condicionada ao compromisso fiscal, diz S&P

Rebaixamento não é culpa do Congresso, dizem Cunha e Renan

(Da redação)

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