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Com incerteza maior, Itaú reduz previsão de corte da Selic

Banco também modificou a expectativa para o nível dos juros no fim deste ano de 7,50% para 8%

Por Da redação
26 Maio 2017, 15h44

As incertezas sobre o futuro do país após a crise política deflagrada pelas delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, começam a afetar as previsões sobre os rumos da economia. O Itaú Unibanco alterou sua projeção para a taxa Selic de corte de 1,25 para 1 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que acontece na semana que vem. A instituição também modificou a expectativa para o nível dos juros no fim deste ano de 7,50% para 8,0%.

Em relatório, o economista-chefe Mario Mesquita cita que por causa do expressivo aumento da incerteza quanto à aprovação das reformas espera declínio dos juros para 10,25% neste encontro, a despeito do ambiente favorável para inflação, expectativas ancoradas e atividade fraca.

“A decisão do comitê está sujeita a novos acontecimentos no âmbito político, que afetam preços de ativos e a trajetória prospectiva da inflação. Em particular, se até a data da reunião observarmos novos eventos que piorem a perspectiva de aprovação de reformas e elevem os prêmios de risco sobre ativos brasileiros, não se pode descartar uma redução moderada do ritmo de corte de juros, embora este não seja nosso cenário base”, explica.

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Na avaliação do banco, o nível da taxa Selic ao final do ciclo de corte de juros dependerá crucialmente da evolução da atual situação política e do impacto nas perspectivas de aprovação das reformas econômicas. Em um cenário político mais adverso que leve a um adiamento prolongado das reformas, o Itaú estima que o ciclo de corte de juros pode ser encurtado, mas a taxa Selic ainda cairia para um dígito.

A instituição espera que o Copom sinalize que a extensão do ciclo de flexibilização monetária e o ritmo do mesmo dependerão das projeções e expectativas de inflação e de fatores de riscos associados ao cenário – inclusive fatores não econômicos. “Com isso, o Comitê deve deixar em aberto as perspectivas quanto aos próximos passos da política monetária neste momento de alta incerteza”, estima.

O banco estima que as projeções para inflação do Banco Central para 2017 e 2018 poderão sofrer um leve recuo em 2017 e 2018. Na percepção do Itaú, o aumento de incerteza decorrente dos eventos políticos recentes representa um choque com efeito potencialmente recessivo e também inflacionário para a economia brasileira.

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“O potencial impacto negativo do choque sobre a atividade econômica virá de um eventual aumento da cautela dos agentes econômicos. Por sua vez, o potencial efeito inflacionário do choque só será significativo se houver uma depreciação cambial mais intensa e persistente do que a ocorrida até agora. Dado o efeito ainda incerto do choque atual, o cenário base permanece de atividade econômica fraca e desinflação. Esse cenário justifica a continuação do ciclo de afrouxamento monetário”, avalia.

Diante do aumento de incerteza decorrente dos eventos políticos recentes, a análise da comunicação do Banco Central deve ser observada em momentos distintos, conforme o Itaú.

(Com Estadão Conteúdo)

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